Quem sou eu?

Danka Maia é Escritora, Professora, mora no Rio de Janeiro e tem mais de vinte e cinco obras. Adora ler, e entende a escrita como a forma que o Destino lhe deu para se expressar. Ama sua família, amigos e animais. “Quando quero fugir escrevo, quando quero ser encontrada oro”.

MÃOS PARA O ALTO: ISSO É O PRECONCEITO!






Baseada em fatos reais.

Jair era daqueles que contava dias, horas, minutos e segundos para dar de cara com a sexta-feira, confirmação disto era o seu apelido no escritório de contabilidade: Doutor Sexta-feira.

Bastava chegar o fim de semana, que lá ia o Jair e seu ritual. Sábado de manhã acordava cedinho, ia a padaria tomar aquele combinado de café com leite e um pão com manteiga na chapa, conversar com seu Zequinha da Banca onde já comprava seu jornal pois odiava ler pela internet.Dizia que perdia seu encanto. Talvez a verdade fosse que de tanto usar a grande rede durante o dia inteiro no escritório pegar naquele jornal ou seja papel, fosse algum tipo de escapatória da dura rotina.

_Ponho na conta? - Indagou seu Zequinha.

_Pendura como sempre, início de mês trago o seu faz-me rir!- disse despedindo-se do amigo de anos.

Indo em direção a seu apartamento, onde tomaria seu café da manhã com Isaura sua esposa há quase quinze anos. Era um casamento bom, não perfeito, apenas bom.

_Naurinha, acabando aqui vou lá para praia.- Referindo-se a Copacabana, uma três quadras de onde residia.

_Olha amor, - rogou a esposa.- Tome cuidado com essa onda de pivetes que então apinhados na Avenida Oceânica. Pelo amor de Deus, você é muito desligado!

_Pode deixar minha rainha que seu rei sabe se cuidar. - E quando a confessou isso não estava em modo figurado, estava mesmo em modo literal. Jair passou a levar consigo um canivete afiadissímo que ganhara do pai quando pequeno, era do tipo que reagiria caso o fato lhe ocorresse.

E lá foi ele. Passeando mas apreensivo, atento a tudo, afinal sua carteira jazia em seu bolso de trás da bermuda. E foi então que um sujeito alto,magro, negro, com olhar sisudo, sem camisa e descalço veio contra Jair de modo que se trombaram.Imediatamente o contador colocou a mão onde guardava a carteira e constatando que a mesma desaparecera tratou de sacar o canivete e gritar:

_Ô negão! Ô você ai! - O rapaz parou e o olhou sem nada compreender.

Jair enfiou o canivete no nariz do rapaz e nervoso esbravejava:

_Passa a carteira! Passa a carteira anda!

O rapaz entregou sem esboçar nenhuma reação e Jair a pôs no bolso e saiu xingando rua a fora.

Contou aos amigos do bar, todos riram e brindaram do feito heróico de Jair. ao chegar em casa, narrou tudo a Isaura que apavorada respondeu:

_Você ficou louco de vez homem! Ficou é?

_Estou bem amor, botei o negão safado para correr!- argumentou todo orgulhoso de si.

_Jair!- berrou Isaura imponente.

_O que Naurinha? - sem entender a reação dela.

_Você assaltou um homem na rua, sua carteira está aqui!- jogando contra o peito dele.- Tentei avisa-lo mas já tinha descido.

Moral da história? O preconceito nos torna refém do medo e acaba nos tornando preconceituosos tanto ou mais que ele em si.
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