Quem sou eu?

Danka Maia é Escritora, Professora, mora no Rio de Janeiro e tem mais de vinte e cinco obras. Adora ler, e entende a escrita como a forma que o Destino lhe deu para se expressar. Ama sua família, amigos e animais. “Quando quero fugir escrevo, quando quero ser encontrada oro”.

NOVO COLABORADOR: JOTTA ELE




Nasci em Açu, pequena e marasmenta cidade do Rio Grande do Norte, num dia qualquer do mês de maio de um ano para o qual nunca dei a mais mínima importância... Ali a vida era mais besta do que em Itabira, com a desvantagem desvantagem, talvez de que os açuenses, apesar de herméticos, comem com estardalhaço... E o tal marasmo, às vezes, tornava-se tão denso, intenso, que eu, que detesto me aborrecer e me perder, à francesa, do humour, tirava hilariantemente proveito do fato, fabricando com este - com o tédio – grandes, divertidos e acinzentados bonecos de aborrecimento à guisa de neve, da neve da qual os avós na banda larga e lusitana do meu sangue só faltam até hoje se transformarem em coágulos de tanta saudade que estes, no interior latejante de minhas veias, sentem do inverno europeu e da mítica e cabralina cidade de Belmonte, Portugal...

Fiz bacharelado em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte... Porém, não exerço a profissão por puro idealismo, pois jornalismo, pra mim, é um solidário serviço de utilidade pública e não esse abominável e submisso meio de manipulação ideológica que se observa hegemonicamente por toda parte em defesa do invisível, ocultista, illuminati e reptiliano Governo Secreto do mundo, em cujas mãos os subservientes governantes das nações não passam de meros fantoches... 

As reticências são doidas por mim... os advérbios, idem... 
e os parênteses também... É como se eu fosse o deus deles: dos parênteses, dos advérbios e das ... reticências... 

Escrevo desde sempre: ainda no ventre de minha mãe, de onde saí sem a menor vontade, parece que estou agora a me ver, já em avançado estado de feto, escrevendo, nas úmidas e maleáveis paredes uterinas, versos muito mais proveitosos e contemporâneos do futuro que aqueles escritos na areia, para Cibele, sim, para a deusa Cibele, que,entrementes, era chamada astuta e sincreticamente de Maria pelo autor dos mesmos, o tal padre José de Anchieta, que nas horas mortas da noite punha-se a encher o oco pau mole daquelas larápias e pseudo-santas esculturas barrocas de tudo quanto era tipo de pedras preciosas antes de enviá-las secretamente ao murídeo e genro do diabo porquanto amasiado com a mentira Vaticano...

Ah, sim, ia esquecendo: Eu também, a respeito do antropofagismo, tenho a dizer que, fosse índio, teria agido como os Tamoio, entenda-se, comido o bispo que tinha sobrenome de peixe - Sardinha - e carne de porco...

Sou casado e fiel a minha esposa, pois nela estão imbuídas todas a mulheres do mundo...

Resido atualmente em Parnamirim-RN...

Primeiro aprendi a pensar e a ver por mim mesmo, e depois inaugurei minha própria e eclética temática eclética, mas não demasiado, pelo menos não a ponto de romper o tênue, mas consistente, fio da trama premeditada que liga - às vezes por meio apenas da sintaxe que me é peculiar - um poema a outro poema, num aparentemente espontâneo processo infinito de conversa puxa conversa puxa conversa..., temática esta simultaneamente canibal e autofágica, para só então começar a mostrar a cara dura, vária e multifacetada do que escrevo, e o que escrevo, faço-o deliberadamente, de maneira que os versos que escorrem dos meus dedos não sejam nem totalmente poesia nem prosa em demasia...

Assino assim os meus escritos: José Lindomar Cabral.da Costa

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3 PITÁGORAS SOBRE O MESMO TEOREMA:

PAPAI

... se eu fosse a Bela, 
ao invés de concordar
em morar com a Fera,
eu tinha era deixado,
papai, papai, seu navalha,
que você fosse devorado por ela...

MAMÃE

... ir para a cama comigo
é o desejo mais assustado
e escondido que existe
dentro de você, mamãe,
mamãe eu não sou seu marido
nem minha carne é habitada
por nenhuma e complexada
espécie de Édipo...

POEMA DA TRAIÇÃO QUE PAPAI ME FEZ

... quem traiu foi você
papai, papai, seu navalha
(e por navalha aqui, entenda-se
o contrário de gilete)
aquela esperança que eu tinha
de ser eu - de nós dois -
o primeiro a morrer...

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EMULSÃO E FITZGERALD

... convivi desde muito cedo 
com ambos os Scott
- Emulsão e Fitzgerald... 

Gostava mais de Scott Fitzgerald,
que me embriagava e insurgia
pois aos 9 anos, às  escondidas,
eu o lia... eu o lia... eu o lia...
e desaprendia, e aprendia,
e aprendi, lendo-o, ainda menino,
inclusive que a felicidade
se  inclinava mais para o clandestino
que para a normalidade...

Sim, leitor, gostava mais de Fitzgerald
do que de Emulsão de Scott,
embora ainda não soubesse
que os 2 eram peixe,
já que todos nós somos 
náufragos, ou melhor, seres submersos,
que habitam as águas etéreas
desses oceanos metafísicos,
desatlânticos e impacíficos 
chamados Tempo e Espaço...

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4 comentários:

  1. Sejas bem vindo para esse recanto dos sonhos meu amigo! :)

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  2. Muito feliz em ter alguém de talento visto aos poros no Danka Machine! Muito bem-vindo amigo!

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  3. Bem vindo ao grupo, Jotta Ele! E lá vamos nós!

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  4. Lendo seu texto eu me sinto na mesa de um boteteco ouvindo um grande Riograndense do Norte ao norte, falando com esse sotaque tão apropriado para essa terra(gente). Gostei muito do seu som, soa muito bom

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