Quem sou eu?

Danka Maia é Escritora, Professora, mora no Rio de Janeiro e tem mais de vinte e cinco obras. Adora ler, e entende a escrita como a forma que o Destino lhe deu para se expressar. Ama sua família, amigos e animais. “Quando quero fugir escrevo, quando quero ser encontrada oro”.

CADA UM TEM A SORTE QUE MERECE por Danka Maia



 


Durvalina era uma pessoa daquelas que todo mundo conhece, tem por perto ou longe de si,mas já viu em algum momento da vida.A questão era que desde seu nascimento Durvalina recebeu como herança o título de "Azarada da família". Todos pensaram que seria um menino depois de nove mulheres na linhagem e receberia a alcunha de João Felipe de Costa Abrantes, porém, veio a garotinha franzina e a esperança de todos por água abaixo. A mãe desolada falou ao pai que colocasse um nome lá qualquer, no caminho para cartório, o homem fumou todos os cigarros que jaziam no bolso esquerdo de sua calça de linho. Na procura por mais um,não encontrando, adentrou na primeira birosca,apontou para a primeira cartela de cigarros irritado e quando levou a boca, a chupeta do diabo era tão ruim que tratou de ler o nome da marca,e adivinham qual era? Durvalina.

Os anos foram passando pela vida da mulher, tendo que ver a irmã mais velha acertar na loteria depois que encontrou um trevo de quatro folhas. Indagada e instigada pelo povo dizia o mesmo de sempre:_ Cada um tem a sorte que merece! _ seguindo a vida como uma mera diarista.Criando os filhos, até que a vizinha ofereceu um coelho,no entanto na hora de passar o bichano pela cerca da casa, um infeliz incidente fez com que o rabinho do felpudo branquinho fosse ceifado e onde foi que ele caiu? No quintal da vizinha, que no dia seguinte recebeu a notícia de uma herança de um parente tão distante que nem a dona sabia que tinha.Outra vez questionaram Durvalina pela sua falta de sorte e outra vez ouviram:_Cada um tem a sorte que merece!

Passados anos de vendo trevos, rabos de coelhos, fechaduras, figas e tantas outras coisas que o povo diz dar sorte, foi numa madrugada que a senhora dessa história encontrou a sua. Devia ser lá pelas três da manhã, aquela hora que todo mundo que faz uso do remédio de pressão conhece. Temos que ir ao banheiro!_Pensou consigo e o chinelo de pano.Lá estava Durvalina esperando o tempo passar quando sem querer bateu os olhos numa figura quase transparente no fim do batente de sua porta azul céu. Na primeira vez que olhou, achou estranho. Lá nos seus adágios ponderou:

_Gente, isso existe?­_ Sim existia. A questão era que era rara e por isso a diarista não tinha se deparado anteriormente. Aliás, como muitas coisas na vida que julgamos não existir pelo simples fato de jamais ter visto. Ela era mediana, branquinha, olhos pretos grandes para seu porte e bem negros.

Durvalina danou a gargalhar logo que teve certeza do que era.Riu tanto da barriga doer. O que estava ali a sua frente tratava-se de uma barata albina. Cuidadosamente, apanhou um frasco vazio de vidro e encurralou a cucaracha no recepiente. Na manhã que inicou-se não houve no bairro quem não quisesse ver a tal barata albina que apelidou carinhosamente de Sortuda.E juntos com a multidão vieram os comentários:

_Mas como? Eu que ganhei na loteria, viajei o mundo inteiro,nunca vi um inseto assim? -Quis compreender a irmã rica.
Compartilhar:
←  Anterior Proxima  → Página inicial

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Agora no Blog!

Powered By Blogger

Total de visualizações de página

Danka na Amazon!

Siga Danka no Instagran

Danka no Wattapad

Curta Danka no Facebook!

Seguidores

Confissões Com Um "Q" De Pecado

Entrevistas

Danka no Google+!

Danka no Twitter

Danka no Skoob

Seguidores

Arquivo do blog