'A teoria de tudo' apresenta ao mundo o talento assombroso do britânico Eddie Redmayne, que interpreta à perfeição o físico Stephen Hawking
Ao assistir a Ray, a cinebiografia do mestre do jazz Ray Charles, é difícil acreditar que o ator
Jamie Foxx não é cego de verdade. Ao ver Daniel Day-Lewis contorcer-se como o pintor quase paralisado Christy Brown, em Meu pé esquerdo, é impossível não se impressionar com sua transformação física. Ele parece tomado pelas limitações físicas de seu personagem. Premiadas com o Oscar, essas duas atuações se destacam por ser mais que verossímeis. Constituem verdadeiras transfigurações, obtidas à custa de imenso esforço físico e psicológico. Por trás delas, há atores neuroticamente obcecados com a construção perfeita de seus personagens. Não raro, bordejam os limites da sanidade. Atuam na fronteira perigosa entre a glória e o escárnio, entre a transformação e a caricatura, amparados apenas por talento e ousadia. Nas escassas ocasiões em que essa busca pela atuação furiosamente impecável dá certo, eles se consagram – e nos impõem uma lembrança inextinguível de quem interpretaram.
Será, portanto, impossível esquecer a atuação do britânico Eddie Redmayne como o físico Stephen Hawking em A teoria de tudo, que estreou na quinta-feira, dia 29. Dirigido por James Marsh, o filme mostra a história de amor entre Hawking e sua primeira mulher, Jane. O roteiro é baseado no livro escrito pela própria Jane, Traveling to infinity: my life with Stephen – lançado no Brasil com o mesmo nome do filme, pela editora Única –, e se concentra na evolução da doença degenerativa de Hawking. Essa escolha abriu espaço para uma atuação assombrosa de Redmayne – indicado ao Oscar de Melhor Ator.
Com o cabelo caindo na testa, um par de óculos de armação grossa e ternos que parecem grandes demais para ele, Redmayne, de 33 anos, poderia estar apenas fantasiado de Hawking. Sob o comando de um ator dedicado e talentoso como Redmayne, porém, a indumentária verga-se, obediente, a seu propósito – e, com ela, o espectador. Redmayne sugere de forma mais que convincente a progressão da enfermidade, conhecida como esclerose lateral amiotrófica (ELA). É a mesma divulgada pelos desafios do balde de gelo no ano passado. Desde a primeira cena do filme, em que Hawking e um amigo competem numa corrida de bicicleta pelas ruas de Oxford, é possível perceber sinais sutis de seus problemas motores. Com uma tremedeira aqui e um tropeço ali, o público vê Hawking avançar em direção à bengala, às muletas e, enfim, à cadeira de rodas. “Redmayne é tão bom nesse sofrimento que você esquece que ele está atuando”, escreveu Tim Robey, crítico do jornal britânico Telegraph.
Jamie Foxx não é cego de verdade. Ao ver Daniel Day-Lewis contorcer-se como o pintor quase paralisado Christy Brown, em Meu pé esquerdo, é impossível não se impressionar com sua transformação física. Ele parece tomado pelas limitações físicas de seu personagem. Premiadas com o Oscar, essas duas atuações se destacam por ser mais que verossímeis. Constituem verdadeiras transfigurações, obtidas à custa de imenso esforço físico e psicológico. Por trás delas, há atores neuroticamente obcecados com a construção perfeita de seus personagens. Não raro, bordejam os limites da sanidade. Atuam na fronteira perigosa entre a glória e o escárnio, entre a transformação e a caricatura, amparados apenas por talento e ousadia. Nas escassas ocasiões em que essa busca pela atuação furiosamente impecável dá certo, eles se consagram – e nos impõem uma lembrança inextinguível de quem interpretaram.
Será, portanto, impossível esquecer a atuação do britânico Eddie Redmayne como o físico Stephen Hawking em A teoria de tudo, que estreou na quinta-feira, dia 29. Dirigido por James Marsh, o filme mostra a história de amor entre Hawking e sua primeira mulher, Jane. O roteiro é baseado no livro escrito pela própria Jane, Traveling to infinity: my life with Stephen – lançado no Brasil com o mesmo nome do filme, pela editora Única –, e se concentra na evolução da doença degenerativa de Hawking. Essa escolha abriu espaço para uma atuação assombrosa de Redmayne – indicado ao Oscar de Melhor Ator.
Com o cabelo caindo na testa, um par de óculos de armação grossa e ternos que parecem grandes demais para ele, Redmayne, de 33 anos, poderia estar apenas fantasiado de Hawking. Sob o comando de um ator dedicado e talentoso como Redmayne, porém, a indumentária verga-se, obediente, a seu propósito – e, com ela, o espectador. Redmayne sugere de forma mais que convincente a progressão da enfermidade, conhecida como esclerose lateral amiotrófica (ELA). É a mesma divulgada pelos desafios do balde de gelo no ano passado. Desde a primeira cena do filme, em que Hawking e um amigo competem numa corrida de bicicleta pelas ruas de Oxford, é possível perceber sinais sutis de seus problemas motores. Com uma tremedeira aqui e um tropeço ali, o público vê Hawking avançar em direção à bengala, às muletas e, enfim, à cadeira de rodas. “Redmayne é tão bom nesse sofrimento que você esquece que ele está atuando”, escreveu Tim Robey, crítico do jornal britânico Telegraph.
Fonte: Revista Época
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