Quem sou eu?

Danka Maia é Escritora, Professora, mora no Rio de Janeiro e tem mais de vinte e cinco obras. Adora ler, e entende a escrita como a forma que o Destino lhe deu para se expressar. Ama sua família, amigos e animais. “Quando quero fugir escrevo, quando quero ser encontrada oro”.

Solilóquio de uma gata desiludida

 »  » Coluna GATICES E OUTROS BICHOS - Solilóquio de uma gata desiludida


Por Shirley Couto.

Há muito não paro para dialogar. Não tenho mais paciência com as pessoas hipócritas desse mundo, e muito menos com meus amigos bichanos. Os seres humanos sempre me decepcionam e fazem com que nada faça sentido quando o assunto é o amor. Muitos dizem amar mas se esquecem que o amor não é cruel e muito menos aprisiona ou amarra a pessoa em situações vexatórias.

Nós, anjos de quatro patas, amamos diferentemente. Amamos com o coração. Muitas vezes deparei-me com situações inusitadas de alguns seres humanos. Imagine: eu, uma gata tão racional e que preza pela liberdade, estar por algum instante cercada por grades invisíveis de um sentimento incompreendido pelos seres humanos! Já tentaram fazer isso comigo e o resultado foi assustador. Senti-me triste, incompreendida e incapaz. Em pouco tempo desvencilhei-me de tal sentimento. Isso não é amor! Não consigo imaginar nem apreender tal sentimento ligado a outros sentimentos que não sejam de tamanha magnitude ou pelo menos de sensações libertadoras que tragam alegria ao meu ser e ao meu coração felino, sempre apaixonado.

Amo! Amo, como uma gata apaixonada que mira seu alvo desejado com olhos de admiração e de devoção, com intuito de tê-lo sempre ao seu lado da forma mais singular possível. Amo de tal forma que o ser amado torna-se algo encantado e tão especial que apenas quem consegue amar dessa maneira entenderá a força desse amor febril. Tanto sentimento só é possível, pois ignoro a podridão desse mundinho hipócrita e faço de meus dias um momento único e só meu. Nesses dias, solitários e frios, a busca por um sentimento verdadeiro pulsa em meu ser como a batida de um coração sedento por tranquilidade, amor e honestidade.

A desilusão vem quando observo que o alvo pretendido não ostenta tal sentimento e que muitas vezes usa a máscara da incerteza para encobrir a realidade. Essa máscara é tão perversa que engana o ser apaixonado de tal forma que ele se enreda em teias de ilusões e mentiras que apenas o tempo poderá ajudá-lo a se livrar. Essa parte me assusta! Como lutar com um inimigo invisível e tão avassalador? Como fugir de tanta hipocrisia? Como amar num mundo assim? Pois é, ficam essas questões que me faço constantemente e, com elas, uma dúvida final: o que posso fazer para amar e fugir da desilusão de um sentimento inexistente? Como dar minhas miadas apaixonadas sem ao menos preocupar-me com a dor da desilusão? Como?

Miadas desiludidas!


VAI BRASIL!


Formada em Letras pela Unicamp, com pós-graduação em Língua Portuguesa, Shirley Couto é professora de Português do colégio Sérgio Buarque de Holanda, na Zona Sul de São Paulo. Realiza trabalho de leitura e redação com alunos das séries finais do Ensino Fundamental e escreve a coluna Gatices e outros bichos para o blog da Editora Nova Alexandria toda sexta-feira.
Compartilhar:
←  Anterior Proxima  → Página inicial

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Agora no Blog!

Powered By Blogger

Total de visualizações de página

Danka na Amazon!

Siga Danka no Instagran

Danka no Wattapad

Curta Danka no Facebook!

Seguidores

Confissões Com Um "Q" De Pecado

Entrevistas

Danka no Google+!

Danka no Twitter

Danka no Skoob

Seguidores

Arquivo do blog