Quem sou eu?

Danka Maia é Escritora, Professora, mora no Rio de Janeiro e tem mais de vinte e cinco obras. Adora ler, e entende a escrita como a forma que o Destino lhe deu para se expressar. Ama sua família, amigos e animais. “Quando quero fugir escrevo, quando quero ser encontrada oro”.

3246-B: SUGESTÃO DESCONTROLE-TERCEIRA PARTE Por Danka Maia






Num futuro distante,brasileiros foram submetidos a uma condição onde o Sistema dominou absolutamente tudo.
A democracia deixou de  existir por ineficácia.
O sistema cria controlar absolutamente tudo e todos,mas quem pode controlar o Destino?
Uma moça,uma menina,uma guerreira?
Apenas uma mulher que se atreveu amar sob qualquer circunstância!
Boa Leitura!

3246-B: SUGESTÃO DESCONTROLE




Terceira Parte...

Embora soubesse que o aviso de sua amiga fora de suma importância,Lida desconsiderou aquela sugestão quando o bebê mexeu pela primeira vez dentre de seu ventre.Pungente e firme.Lembrou que seu pai contara que a em sua gravidez que a mãe da Terra  cuja lhe deu vida  em seus relatórios garantia que ela era uma criança saudável,serena e muito dorminhoca,nem mesmo chutava.Foi neste preciso instante que a moça refletiu consigo pondo a mão na barriga já saliente:

_Ele puxou o pai.

Entretanto, em seguida  fez a pergunta que mudaria toda sua vida e toda a história daquele Brasil não mais varonil e sim enfraquecido pelo Sistema daquela atualidade.

_Mas quem é o pai?- Ficou ali contemplando a sua indagação e  a esquisitice que aquilo a propunha.Como uma mãe não saberia quem é homem lhe proporcionou gerar uma vida? Como não saber seu rosto? Seu jeito? Sua forma de ver o mundo? Quem era afinal?

 Correu para as fotografias na parede, aquelas pessoas tão felizes  semelhavam saber cada uma quem foi seu pai, sua mãe,desfrutavam e ofereciam aquela felicidade porque sabiam de suas raízes.

E Lida lançou seu olhar para o ventre e viu que isso era bom e um misto de revolução veio em si e foi inda mais aguçado achar numa caixa que guardava embaixo da cama, seu cofre pessoal, um  antigo conto que ficou preso na tela do que chamavam de tablet supostamente de alguém que cria que o homem é a principal causa de toda transformação.
  "Um cientista obstinado em consertar o mundo, mas interrompido por seu filho de cinco anos que a cada minuto vinha com uma nova pergunta sobre seu intento decidiu empenhar o menino uma tarefa a fim de poder  seguir sua pesquisa na tal mutação do planeta. Deu a ao  garoto um quebra cabeça do globo terrestre crendo que ele levaria horas para decifrar o enigma.Minutos depois o menino volta sorridente e diz:
_Montei pai. O senhor está  tentando consertar o mundo ,não é?
Abismado o cientista não creu na desenvoltura da criança apesar de ter ficado orgulhoso do filho.


_Como conseguiu montar o globo terrestre tão rápido?
O garoto o olhou esquisito como uma reprovação na feição:
_Não pai. Não montei o globo. Eu montei o homem que estava atrás do globo.
E o pai arrepiou-se da cabeça aos pés. Como não pensara naquilo? Seu filho tinha decifrado o segredo e dado a resposta que tanto esquadrinhava.
_Você tem razão filho. Fez o certo. Desmontei o homem e você o refez.Tem toda razão,não se pode consertar o mundo sem primeiro restaurar o Ser Humano.
 Lida adormeceu com uma certeza: naquela madrugada iria em busca de respostas e por algum razão intuiu que ir aquele endereço seria um ótimo celeiro.

Na hora desejada, levantou-se cautelosamente e certificou-se que o pai dormira a noite o Sistema desligava a voz de comandos para os mais recatados como era seu caso. A noite pertencia aos sem pátria, ou seja, aqueles que se rebelou contra o Governo do Novo Brasil. Daqueles que não tinham o regulius, em outro ponto vista, dos que acreditavam que a voz rouca dos desvalidos, porém coesos de alma e coragem, dos brasilês (pronúncia correta para aquele que nasce no Brasil) que lutavam para que a voz de um povo sofrido, manipulado, esquecido voltasse ser a voz de Deus.

Naquele tempo havia um sistema de portas dos fundos elaborado por onde desciam roupas para serem limpas a seco,lixos e toda sorte de tarefa domiciliar,e como Lida precisaria passar pelos seguranças colocou a mão sobre o ventre e o acariciando disse ao seu filho:
 
_Vamos fazer isso juntos filho. Creia na mamãe dará tudo certo.

Ajeitou-se no duto escuro e apertado, na verdade 50cm x 50 cm e cuidadosamente apertou os comandos manualmente para não despertar  possíveis obstáculos e aos pouco ia  descendo da sua masmorra hodierna.

Ao sair daquele duto, por um segundo pensou consigo em voz alta?

_Só posso estar louca!

Sair o condomínio não foi um grande problema, para a jovem o revés pior lhe adviria a seguir, andar pelas ruas da cidade à noite. Ela mal conhecia os endereços dos lugares que frequentava a nata da alta aristocracia contemporânea estar ali lhe dava um frenesi, uma adrenalina perigosa e ao mesmo tempo com sabor de viço e lá no âmago Lida notou que uma ponta de coragem brotou dentro de si o que a fez prosseguir com confiança e crendo que daria certo de algum modo.

Morria a brasileira, nascia a brasilês.

Com o olhar determinado adentrou num beco e trocou suas roupas roxas que evidenciavam como uma Mãe da Terra e no corpo colocou a túnica preta e coturnos catados nos escombros da Grande Catarse, os coturnos eram a marca dos rebelados e conhecedora disto colocou o par que guardara com tantas outras quinquilharias para aquela Lei, contudo para a moça, resgate da história de uma Nação que se perdeu permitindo a perda do seu maior bem: A DEMOCRACIA.

Caminhar  livre inda que sem direção, deu a senhorita Tavares a sensação que nunca tinha experimentado,só ouvido:Liberdade; O frescor da brisa noturna batendo em seu rosto sem nenhum olhar  escoltando-a arrancou um belo sorriso da alma que refletiu na sua face com brio e um respiração que permeava entre o leve e ofegante,aquela era a primeira vez que a filha do almirante sentia orgulho de si.Até que alguém passou por ela e a saldou:

_Bora!

Sem ter a mínima noção do que a saudação significava retribuiu ao jovem alto, esguio e de coturnos:

 _Bora.

Decidiu segui-lo desviando totalmente do rumo que tomara. Meia hora de uma caminhada puxada de longe escutava:
"Temos todo tempo do mundo...".
im, a mesma canção que ouvia em seu quarto do que foi um dia uma banda conhecida de Legião Urbana conhecida por letras marcantes, insurgentes e de jovens que acreditavam que na beleza dos versos havia uma revolução a imediata a ser feita por suas mãos e princípios.Escutar aquela música a fez sentir de algum modo que não estava tão longe assim do que aquelas pessoas que estava prestes a se deparar também criam.

E mais uma vez Lida sorriu.

 Lá dentro, a canção terminou e outra adentrou:
"Eu prefiro ser,

Essa metamorfose ambulante,

Do que ter aquela velha opinião

Formada sobre tudo..."
Ao contrário que pensara as pessoas não estavam drogadas, revoltadas, reprimidas ou debeladas pelo nada. Suas feições eram muito semelhantes aos das fotografias em seu quarto. Pareciam livres, soltas, donas de si, eram seres debaixo de uma grande opressão, entretanto ainda sim evidenciavam o espírito de contentamento em suas faces com um orgulho absurdo.

_Bora!

_Bora!

 Saudavam Lida como se ela fosse simplesmente mais uma deles.Sem questionamentos,somente aceitavam e como elas os demais que se agrupavam naquele recinto.

 Até que alguém subiu naquele modesto palanque. O som diminuiu e um homem alto, moreno, cenho fechado, na casa de seus trinta e poucos anos chamou atenção de todos para si antes de falar uma letra se quer. A senhorita percebeu que ali encontrara a primeira autoridade daquele lugar.
_Bora Brasilês!- Seguida da letra B na linguagem para deficientes auditivos, aquela era uma maneira de expressar como se sentiam frente ao sistema: mudos, todavia diferentes dos portadores auditivos não surdos.

Lida abismou-se ao ver todos os saudarem com júbilo. E então descobriu o que era satisfação em ser representado por alguém que se respeita, acredita e acima de tudo admira.

_Ao que pisam em nossa Arena da Liberdade pela primeira vez, saibam que este é o lugar onde um novo Brasil está sendo gerado em detalhes minuciosos, com um capricho que nossos ancestrais não tiveram ao se depararem com Cabral e Cia nem mesmo com espanhóis antes disto.Estamos concebendo um Brasil feito para brasileses.Porque o Brasil feito para brasileiros foi uma farsa já constituída em sua forma de nos intitular, a nossa língua mãe é clara, quem nasce nesse solo é um brasilês jamais um brasileiro. E como um povo pode respeitar, orgulhar ou lutar por  sua Pátria sem nem mesmo sabe a nomeação correta que detém?

Lida se assistiu viva pela primeira vez.

Aquele homem dissertou por quase uma hora sem palavras de ordens, sem inflamas somente contando a história do Brasil, de um Brasil que o mesmo jamais conheceu.

Antes que ele terminasse aquela mulher que lhe dera o panfleto da rua a reconheceu não pelo papel, mas pelo rosto incomum naquela pequena multidão e o mesmo visto algumas poucas vezes ao lado do Almirante Tavares,sabia quer era a sua filha.Foi até a jovem e com muita docilidade e educação pediu que a acompanhasse sendo levada para uma pequena sala cuja porta era escorada com que parecia latões de zinco.

 _O que faz aqui moça?- perguntou sem firulas.

_A senhora lembra-se de mim?- Lida deu como resposta outra indagação. - Eu vim por causa do panfleto que me deu. - Tirando de dentro da túnica o panfleto tão judiado.

A mulher leu o panfleto, respirou abaixando a cabeça abriu a porta e pediu a uma mocinha que mandasse chamar Dante.

E foi a primeira vez que escutou aquele nome.
_Sei quem você é menina. E a pessoa que está para adentrar este ambiente daqui a poucos minutos não vai gosta nem um pouco de saber que a filha do Almirante veio nos visitar, mas também não suporta mentiras. Então o que direi a ele?

A jovem abaixou a cabeça e decidiu sem delongas.

_Diga quem sou, pois embora não me orgulhe disto ainda é a minha raiz e eu não podemos fugir dela.

A senhora ensaiou um riso, contudo foi atropelada pela figura imponente que cruzou a porta derrubando os latões.

_O que houve?- quis saber mostrando certa irritação.

_Dante, essa moça veio nos visitar, dei a ela um de nossos panfletos.

_Pediu minha presença para falar de uma visitante? Nada contra, mas francamente...

_Sou Lida Tavares. Filha do Almirante Tavares. - A senhorita se apresentou como quem estivesse despida e sem pudores de sua essência.

_Você o que?- Dante rebateu abrupto.

_Acalme-se!- Pediu a senhora segurando-o maternamente.Ignorando-a lançou a mulher para o lado e com o rosto rente ao de Lida disse:

_Eu vou 




Continua...

















Segunda Parte






Após a saída acompanhada de perto pelo Almirante até sua casa,o dialogo entre eles era curto e seco:


_Filha?




_Sim,meu pai.



_Tudo bem?

_Sim.

_De Verdade?

 E quando o Almirante pronunciou aquela última palavra à moça caiu em seus devaneios e aos poucos foi se recostando no banco traseiro do carro de luxo enquanto seus olhos iam se perdendo na imensidão das luzes orbióticas, um pequeno prazer daquela era onde as lâmpadas turbilhoavam onde havia movimentação aposentando os postes e flutuavam no ar como orbes, e daí a origem do nome orbióticas.



A senhorita Tavares divagava sobre o que era verdade.Qual seria a sua? Qual seria a verdade do povo brasileiro? O que teria ficado ou se perdido em meio a grande Catarse Mundial? Valores?Princípios? Autonomia? Se agora éramos livres, porque durante um longo tempo o que reinou no país era uma ideia cujo significado era poder do povo. Poderia ser a Democracia algo tão falso e demagogo assim, ao ponto de ser banido e suprimido as vontades de um Nação? E foi ali que mais uma vez secamente o pai a advertiu:

_Lida?

_Estou bem. - Mas confessou-se: Só não sei se de verdade, pois acho que dela muito desconheço.

 Três sessões depois do Procedimento Sugestão, Lida apresentava completa aceitação sobre a gravidez, sobre a sua rica contribuição a sociedade em trazer um filho, um homem para contribuir com a ordem.

O Almirante chamou Silvério em sua sala e como felicitação sobre o trabalho limpo e bem feito ascendeu charutos de excelente qualidade, uma raridade que sobrara da catarse, celebravam como se a criança já tivesse nascido,na realidade,comemoravam a força que só a tirania deleita quando alcança os fracos de um sistema.Como dizia Martin Luther King: "O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética... O que me preocupa é o silêncio dos bons."

 No entanto, ver seu ventre crescer e ir desabrochando como  um botão de rosa na primavera, ver seu corpo ser remodelado de modo natural por outro ser que mais semelhava ser o novo dono de seu organismo fazia com que a jovem volvesse a ideias que vagavam dentro dela como sinos de uma igreja numa cidade do interior,três vezes ao dia,mas sem atrasos ou esquecimentos.No terceiro mês da gestação, recebeu o direito de usar a bata plena  a única ocasião que a cor da vestimenta podia ser mudado de preto para roxo.Uma indicação de que a tal mulher engravidara sob ordem governamental e sem questionamentos. Sim, havia gestações fora da ordem do sistema, mas Lida ainda não sabia disto. Ainda.


 
 Naquele dia inexplicavelmente o motorista simplesmente não apareceu depois da consulta na clínica do Doutor Silvério mais tarde ele provou que em sua lista de tarefas em seu HD Palmer,um  software que ilustrava nas grandes corporações os afazeres de todos na sociedade meramente não existia.Erro do dispositivo cibernético?
Exames de rotina e acompanhamento davam exatidão que tudo ia bem até aquela estação, mera ou instante. E são nesses momentos que o rumo de uma vida pode mudar ou voltar ao plano inicial.
A jovem decidiu caminhar por ali,ir vir na  mesma localidade ainda era permitido.Todavia Lida não estava muito acostumada.Era muito retraída,o olhar dela para o mundo era uma mistura entre curiosidade e pavor ao mesmo tempo.Era como desejar com toda força estar ali e na mesma intensidade fugir de lá.

Foi quando Berta rompeu o seu caminho.

Berta era uma mulher das ruas, uma reacionária no auge de seus bem vividos setenta anos que de contínuo cultivou a boa forma e a alimentação saudável. Aproveitava aquelas ocasiões raras para no bater "sem querer" no ombro de outra pessoa, ousava dar-lhe um pequeno elemento desconhecido da maioria das pessoas daquele Brasil, o nome do objeto era papel.
_Guarde! Leia quando estiver só!- sussurrou a Lida desaparecendo entre os demais seres de preto.
Num brusco movimento a moça sem pensar colocou o aquele objeto sem muito perceber o que era ou do que se tratara dentro de seus cabelos, era o único lugar cuja revista não era feita.

Logo foi notada pelos Homens do Forte de seu pai, algo semelhante ao que hoje chamamos de segurança e a guiaram até a torre alta que vivia com seu progenitor.

_Chave 2807-80 pedindo retorno.

Era assim que naquele Brasil,seus cidadãos abriam as portas de suas casas, dando a numeração do chip que eram. As pessoas deixaram de serem pessoas, tornaram-se números, e na catedrática doutrina milenar dos números a frieza e a ordem precisa ser praticada com disciplina para que logrem êxito.

Em seu aposento de cama oval,sim, Lida era uma amante dos velhos tempos,do crer que os dias passados poderiam ter sido melhor do que os que existia.
   




     A cama redonda no quarto retrô, fotografias de pessoas que nunca soube quem eram penduradas no espelho imenso, catadas num aventura em que foi ao grande entulho escondido do pai quando menina e trouxe consigo,quando crianças até os sete anos as pessoas não eram reguladas pelo "regulius" ,aquelas fotos davam a ela a sensação do significado de  origem,alegria ,pois as fisionomias daquelas pessoas eram tão diferentes do seu e dos que via cotidianamente, eram formosas, rosadas,havia uma vivacidade fulgente nos olhos ,um frescor,que palavras não viam para ajuda-la decifrar, aquela gente guardava um segredo consigo, o segredo de um tempo lindo,de um tempo perdido mas que de algum modo ainda podia ser resgatado.

Apartando as suas madeixas ruivas, revolveu-as até que o tal papel caísse afoita apoio a mão nas costas, o bebê começava pesar levemente abriu o estranho elemento e leu em voz entre sussurros a enigmática mensagem:





"Ouviram do Ipiranga as margens Plácidas,
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da Pátria nesse instante.
Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó Liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança á terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.
Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil!
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!
..."
Um arrepio correu pela nuca e o seu coração se aqueceu ao acabar de recitar os versos, ela mesma sentiu que ao findá-los a sua voz era firme, um orgulho não aparente lhe tomara. Sabia que tinha lido aquele poema antes, porém, onde?

Atordoada, recordou a letra do antigo grupo cuja letras escutava as escondidas e que tanto apreciava.







"Todos os dias quando acordo,
 Não tenho mais o tempo que passou.
Mas tenho muito tempo.
Temos todo tempo do mundo..."







No bilhete ainda jazia mais uma mensagem no rodapé,quase imperceptível, na verdade criptografado por símbolos de uma fonte de escrita usada no antigo Word  nos software dos começo do século XXI.A MT Extra.







A Democracia não morreu. Eles mentem, não puderam mata-la então a adormeceram no coração da sociedade. Ela vive em você! Venha juntar-se  a nós! Falar o que pensa ouvir descendentes daquela geração.Gente que conheceu o direito de errar.
Cartomantes, Escritores, Faxineiros!
 Pessoas de verdade, e não como eu ou você!
Rua 2204- B-Toca dos Sábios.







Entretanto, a jovem não sabia como traduzir, contudo lembrou-se alguém que pudesse saber e contar com sua total descrição sobre o assunto. Rapidamente  pediu permissão ao sistema para deslocar-se ao apartamento DAVI,da Senhora Rouças, uma senhora de seus 90 anos que  Almirante odiava,e só a livrara do Procedimento Sugestão ,porque era contra lei sugestionar pessoas acima de 70 anos. As poucas coisas que Lida sabia sobre aquela época foram ouvidas da boca daquela nobre consorte em seus rápidos momentos em colocar o HD Palmer de ambas embevecido  em algum tipo de substância pastosa,como um creme por exemplo, onde interferências eram causadas e até que o Sistema notasse, implicariam em coisas de seus dez minutos.Segredo esse que a menina  jamais contou ao pai que sabia ou com quem tinha aprendido, talvez uma das razões da Senhora Vida Rouças ser "persona no grata"pelo homem da Lei.

Logo que a porta permitiu a entrada da moça a senil sorriu:

_Conheço esse olhar.Há fogo nele,um salve por isso!

_Senhora Rouças, preciso muito de um café bem quente.

_ Café bem quente?

_Sim, pode me servir um por gentileza?

_Sente-se, vou preparar, aliás, vou lhe acompanhar nele também.

Na realidade aquilo era um código secreto das duas para disfarças o Código do HD Palmer, "Café bem quente" nada mais era codinome para: Creme para chafurdar, assuntos proibidos.

Metodologia feita, xícaras a postos, HD Palmer inundados de cremes para cabelos, a senhora a fitou desconfiada:

_Achou outra foto dessa vez ou seria alguma palavra nova? Achei que depois de ser sugestionada não se interessaria mais por essas coisas, há quanto tempo não vinha aqui?

_Me desculpe, estou em falta com a senhora. Mas temos pouco tempo, o que me pode dizer sobre isso?- Tirando o papel de dentro dos cabelos e mostrando a consorte.

A senhora Rouças leu com espanto pondo uma das mãos no peito. Estava visivelmente emocionada.

_O que foi? - Lida preocupou-se com o sentimento súbito da vizinha de noventa anos.

Vida Rouças a contemplou, uma vez que não podia tocar-lhe a face, mas desenhou o contorno no ar deixando Lida perceber o carinho e que tudo estava bem e a perguntou:

_Onde foi que encontrou isso?

_O que é?-Lida devolveu a indagação afoita.

_Lida, não temos muito tempo. Onde achou isso?

_Ganhei. Uma mulher me deu na rua. O motorista não apareceu, pedi permissão para nadar, perambulei um pouco e ela surgiu do nada, esbarrou em mim e me entregou isso, eu nunca vi esse elemento antes.

_É um papel. Um pedaço de papel, na verdade um panfleto.

_E o que é isso?
_Era assim que as pessoas escreviam seus recados, poesias, mesmo com os computadores. Depois da Grande Catarse com a extinção de árvores por ordem do Governo o papel simplesmente desapareceu quem tem são com todo certeza do mundo, pessoas muito ou poderosas ou especiais. No entanto se me narra que uma mulher a entregou isso num esbarrão proposital me leva creio que do grupo de pessoas que citei, ela está no segundo.

_Pessoas especiais.

_Ainda mais pelo conteúdo escrito no papel.

_Que poema é esse?

_Poema?

_Sim Vida, "Ouviram do Ipiranga..."

A senhora sorriu.

_Poderia realmente ser o mais belos dos poemas Lida. Mas essa é a primeira parte do Hino da República Federativa Do Brasil, o Hino da nossa Pátria. - e brevemente levantou-se com dificuldade, pôs a mão sobre o peito, encheram de ar os pulmões envelhecidos e cantou os versos para a jovem que outra vez sentiu os cabelos dos braços se eriçarem.

A senil volveu sentar-se muito comovida e completou:

_Depois de tudo, os governantes do país sancionaram uma Lei que impedia sua veiculação, canto ou leitura, e ele como o Brasil,o Gigante que um dia despertou,foi lançado no mar do esquecimento.

_Meu Deus.

_Este também há muito foi esquecido por ordem de nossos soberanos.

A dor do desencanto era estampada nos olhos da senhora.

_E a mensagem? O que diz a mensagem Vida?

A senhora Rouças leu a mensagem, pois conhecia a fonte, que significava:



A Democracia não morreu. Eles mentem, não puderam mata-la então a adormeceram no coração da sociedade. Ela vive em você!
 Venha juntar-se  a nós!
 Falar o que pensa, ouvir descendentes daquela geração. Gente que conheceu o direito de errar.
Cartomantes, Escritores, Faxineiros!
Pessoas de verdade, e não como eu ou você!
Rua 2204- 1500B-Toca dos Sábios.





_A se eu não fosse tão velha...

_Sabe onde fica?- Lida via o tempo acabar.

_Sim, sei. È uma antiga  Biblioteca. Está vendo os números, o da rua? 2204? Data do descobrimento do Brasil, 1500 foi o ano e o B...

_De Brasil.- Lida cingiu a cabeça também emocionada pela descoberta.

_Não se atreva ir até lá Lida. Você está grávida, é uma gente linda, mas brusca, agressiva e se descobrirem que a filha do Almirante Tavares está em seu meio, correrá muito risco. Sério risco me entende?

Lida suspirou alcançando o entendimento e delicadeza da questão.Porém nesse precioso instante também que pela primeira vez sentiu seu filho pulsar dentro dela e foi quando outra lembrança veio a tona: 3246-B.

E agora será realmente que Lida dará o assunto por encerrado?
Continua...




Primeira Parte







  Brasil, futuro por vir.




O Almirante foi enfático na ordem dada aos seu subordinado:

_Mande o Silvério aqui!

O rapaz rompeu pelo elevador panorâmico vitrificado com seu uniforme preto como de todos.

Todos naquele complexo.

Todos nas ruas.

Todos no país.

Tornara-se imprescindível que cada habitante da Terra usasse a cor determinada para cada Nação, ao povo brasileiro sobrara o preto.

 Seria algo ao acaso ou ironia do destino?

Depois da grande catarse Mundial que dizimou parte da população, em sua maior parte da China, entretanto não por um grito da Natureza como durante muito tempo se pensou e sim um golpe das mentes mais sagazes, uma catarse arquitetada, bem orquestrada que atingiu principalmente os países mais populosos com a estrita finalidade de estabelecer não só o controle de natalidade, como e sobretudo o domínio sobre o conhecimento. Os Presidentes foram depostos, os Almirantes governavam o mundo, cada um em seu domínio.

O homem num traje fino preto distinguido por uma moeda de cor de verde escuro no alto da lapela, referente a uma autoridade brasileira entrou com cenho fechado e passos firmes no gabinete do Almirante Tavares.

_Senhor.

_Acomode-se Silvério.

Feito isto, o tirano sentou-se rente ao convidado e foi direto.

_Quero que sugestione minha filha Lida. - chacoalhando uma taça curta de puro cristal com isógenis uma bebida nascida antes da grande catarse e liberada para qualquer um, afinal, embriagado que povo lembraria de tais mazelas?


_Sua filha Almirante? - O psiquiatra se espantou. Ouvira a ordem incontáveis vezes, para que o procedimento invasivo e enlouquecedor fosse aplicado a questionadores, líderes contestadores e baderneiros com frases de ênfase pelas ruas. No entanto, escutar da voz Soberana Nacional, de um pai que aplicasse a sua única filha era no mínimo perturbador.


_Sim Doutor Silvério. Lida foi agraciada pela dádiva de ser mãe, contudo ainda não sabe que será, não aceita o fato uma vez que todo o mundo passa pelo trâmite de ser contido a tal manifestação. O projeto a nomeou, contudo ela refuta o tempo inteiro, decidi que sugestiona-la seja o melhor método a oferecê-la e ao meu neto, uma vez que os testes feitos detectaram um menino, teremos um rapaz forte, alto, robusto, o filho que eu não tive.


Acontece que Silvério conhecia o que Lida também sabia. Que seu pai, certamente a incluíra no plano “As Mães Da Terra” mulheres escolhidas a dedo para engravidarem com sêmens de bancos humanos sem nenhum tipo de regalia quanto a cor, altura, peso ou sexo do bebê, mas pasmem o Almirante sabia que seria robusto, alto, atlético e sobretudo homem.


_Muito bem Almirante, preciso que Lida faça alguns exames...


_Já foram todos providenciados Silvério. - Num riso de canto de boca estritamente capcioso. - Conheço todos os procedimentos, lembra?


O médico restou-se restituir o riso como um “Sim senhor Almirante”, e marcaram a primeira sessão.


Lida era uma jovem ruiva muito doce, muito terna, tinha dificuldades internas e em seu psique em aceitar o mundo que vivia, regalias que lhe eram ofertadas, as desigualdades, por ser filha de quem era, entretanto tudo muito secreto, muito compacto, segredado porém sem nenhuma sombra de rebeldia, tudo muito trancado em seus adágios num compartimento muito asilado em si, não era perceptível aos olhos comuns, as vezes nem mesmo aos mais habilitados.

 Para submeter a filha ao projeto “MÃES DA TERRA”, Tavares chamou outra junta médica que a examinou quando a moça fora ao centro como todas as jovens que recebiam a carta governamental, no entanto seu pai ardilosamente já a preparou para a concepção de um doador de número 3246-B.


Essa seria a única lembrança que a senhorita teria daquele dia.
No dia seguinte Lida foi acompanhada pelo pai, semelhava preocupação, afinal não tinha dito a filha pelo que passaria porque embora o procedimento sugestão fosse utilizado costumeiramente, poucos sabiam do que realmente se tratava. Na verdade a técnica era bem simples, contudo enlouquecedora para aqueles que não se rendessem diante dela.


_ Podemos ficar a sós? - quis saber o médico pois esse era o recomendado, o feito, o certo, mas o Almirante exigiu que na frente da jovem tudo seria feito como aos comuns. Entretanto, o Olimpo sempre soube ocultar bem o privilégio dos deuses e do relés recinto dos mortais. Na sala ao lado do acolchoado consultório Tavares acompanhou cada segundo.


_Deseja tomar algo senhorita Lida – investigou Silvério.


_ Um café seria bem-vindo doutor. –proferi a moça tímida num tom de voz quase inaudível.


_ Sirva-se! Eu odeio café. -objetou o psiquiatra. Apesar de achar incomum o hábito de servir-se, venerou a ideia de igualdade. Caminhou até a máquina de expressos e despachou um cappuccino com canela e sem açúcar, sua bebida quente predileta.Com cuidado repousou a refinada de um material semelhante a porcelana e volveu a acomodar-se confirmando certa afinidade com o ambiente e ao escutar a melodia que permeava e até comentou:


_Bjork? “Moon” certo? Gosto de músicas antigas.


Silvério sorriu comedidamente.


_Então Lida como se sente em ter sido agraciada como uma “Mãe Da Terra”?


Em movimento recatado repousou a xícara um pouco mais longe e com leve inquietação passou as mãos pelos joelhos cruzados e com um riso perdido deu entender que não sabia o que pensar.


_Ter um bebê é uma benção, ainda mais nos tempos que vivemos não acha?


Ela o fitou de modo mais contundente mas ainda delicado e replicou:


_Como um homem da área da medicina o senhor realmente crê que o Projeto “Mães Da Terra” seja eficaz e justo Doutor Silvério?


O sujeito entreolhou pelo espelho que ocultava a presença imponente do pai da jovem e replicou:


_Minha cara Lida, vivemos em uma sociedade onde não criamos as regras somente as obedecemos. Nossa história nos provou que quando o Mundo, principalmente no país acreditou na ultrapassada democracia, a sociedade nunca foi tão desregrada e caótica lamentavelmente e em todos os níveis que se possam imaginar.


_Soube que nessa época as pessoas eram livres. Ouviam falavam, expunham o que pensavam, e isso não era bom? Como pode não ser bom o apresentar o que somos sem reservas, pudores e lutos?


_A democracia era belíssima Lida. - deixou escapar o médico num tom saudosista, logo avisado pelo leve choque despejado em seu pulso pelo “Rugulius”, uma espécie de dispositivo que todo brasileiro era obrigado a usar onde continham sua localização, frases e ações do dia e conforme fosse tal feito a intervenção através do choque que imediatamente confundiam o cérebro podendo levar até uma brusca convulsão, eram dispersas pelo sistema do governo, o que o fez lembrar que suas palavras deveriam ser corrigidas.- _No entanto Lida,o belo nem sempre foi sinal de eficácia para bem de uma coletividade e a Democracia foi a prova disto.


_Penso que não sirvo para o projeto. - confessou crendo estar ali só.

_Mas passou por todo os procedimentos, foi aceita, seus exames pelo que vi são ótimos, onde está o problema?


A moça lançou sobre o médico um olhar perturbador:


_Não está claro?


_Desculpe Lida, não entendi onde quer chegar. - Porém sim, tinha a alcançado.


Aproximou a cadeira junto a dele e murmurou:


_Meu pai!

Silvério estava acostumado a lidar com pessoas e seus comportamentos o tempo todo no entanto, por alguma razão Lida conseguiu congelar suas reações e o psiquiatra não soube o que contrapor somente respirando como uma possível resposta.

_O Senhor realmente acredita que fui agraciada? Que participei desta seleção como todas as moças em idade fértil desta Nação? - A jovem questionava perdidamente. Não era claro se eram perguntas retóricas ou se verdadeiramente apetecia uma retorno de alguém confiável.


_Senhorita... Vivemos numa sociedade justa depois da Catarse Mundial, onde todos os seres humanos são iguais, com direitos iguais, conhecimento, condições básicas como casa, moradia, educação...


Lida o contemplou tocou em seus lábios, o que não era permitido. O toque, como tantas outras coisas torna-se algo inadequado e proibido entre as pessoas mesmo as que se amavam, somente com prévia ordenança do Sistema poderia ser incidido, a quem tentasse burlar o “regulius” avisaria, choques seriam dados até que o Procedimento Sugestão fosse inserido.


_Talvez seu pai tenha razão. - O médico replicou erguendo-se e segurando num criado mudo, ele referia-se ao fato da senhorita de fato necessitar passar pelo Procedimento. Era doce, meiga, afável e ao mesmo tempo muito perspicaz e debaixo de toda aquela candura possuía uma dádiva que poucas personalidade têm e que talvez nem ela mesma soubesse que detinha: Poder de Persuasão. Silvério tocou no botão secreto onde o preparava sua equipe para iniciar o método.


Segundos depois o que parecia o que hoje chamamos de telefone chamou por Lida que ao ver que era seu pai, o Almirante Tavares, levantou-se pedindo licença e projetou na parede o artefato para falar com seu progenitor. Mal sabia a moça, que quando retornasse nada mais seria como antes.


Minutos depois ela adentra o recinto:


_Desculpe Doutor Silvério mas papai é assim...- e para sua surpresa a únicas coisas iguais às que tinha visto a pouco era o médico e a máquina expressa de onde tirara seu café.


Os passos da moça descontinuaram.


 Sua face estarreceu-se.


Lida estava no começo do Procedimento Sugestão.


_Sente-se Lida, fique à vontade! - saudou o doutor friamente, levantando-se e prosseguindo: _Aceita tomar algo? Um café talvez? Sempre é uma boa pedida, como prefere? O meu sempre com muito açúcar.


A jovem olhou minunciosamente tudo em redor, inclusive a procura de sua xícara de chá posta ali naquele móvel que não existia mais tampouco a cadeira que deixara rente a do psiquiatra.


_Isto é uma brincadeira? – sorriu descompassada, sem saber o que pensar.


_Sobre 

o café? - o médico argumentou. - _Não. Realmente sou um abelhão para doces. Vamos sente-se! Vamos começar a sessão.


_Começar? E o que fizemos antes?


_Como? - ele replicou bebericando a bebida escaldante e ajeitando-se na nova cadeira.


Lida não sabia o que raciocinar. Mostrou-se turbada, meio tonta, mas isto era por causa da gravidez, e foi um bom pretexto usado para o médico para inserir o assunto na questão.


_Deixe-me ajuda-la. - recebendo ordem do Sistema para o toque de aconchega-la no agora divã. - Isso é o clássico no princípio de qualquer gestação, suponho que deve estar se acostumando.


_Gravidez? - O rosto delicado da senhorita nunca ficara tão rubro e assombrado. - _ Pelo amor de Deus Doutor, do que está falando? O que está acontecendo aqui? Eu fui atender meu pai e quando voltei...Tudo está diferente! Os móveis, meu café, o senhor disse que odiava café? E agora fala de gravidez? Não sou estou grávida! Fui solicitada ao testes, passei, falamos sobre isso a minutos atrás, como pode ser isso? Não sou e nem estou louca!


E então entrou a equipe de enfermeiros e mais dois assistentes para acalma-la, seda-la e aplicar o agente químico do Procedimento Sugestão.


O Vitra.





O composto era um componente bélico que causava no lóbulo central do cérebro responsável por nossas lembranças e convicções uma disfunção de dúvidas, tornando o indivíduo sem saber se o que vivenciara fosse uma lembrança verdadeira ou uma perturbação do que gostaria de ter sido. Em doses cavalares, como era administrado na maioria do povo brasileiro, fazia-os crer que suas condições de moradia, saúde, alimentação e principalmente educação eram as melhores já ofertadas em toda história da Nação brasileira.
Duas horas depois, Lida despertou aos poucos com forte dor de cabeça, sinto típico do Vitra a enfermeira foi delicada ao sussurrar:


_Está tudo bem com vocês. Chamarei o Doutor Silvério.


_Vocês? - a jovem contrapôs.


_Sim, você e seu bebê. Mamãe e filhotes maravilhosamente bem.


_Mas eu não estou...


_Psiu. Descanse. - Pediu a enfermeira e rompeu o quarto deixando apenas a luz de uma acanhada luminária acesa.


 Os tempos eram reveses de um pós tempestade que tornaram-se tornados e tsunamis para a maioria da raça humana e agora para Lida.


Silvério entrou com um belo sorriso acompanhado de:


_Você está bem?


_Preciso de explicações doutor. - O olhos dela marejaram.
E os deles abaixaram ao perceber a angústia dentro dela. De um ser tão puro quanto ela.


_Quando entrei na sua sala, ainda em minha boca estava o gosto do meu café com canela e sem açúcar que retirei daquela máquina de expressos em seu consultório. E quando voltei, o que foi tudo 
aquilo? Porque estão fazendo isso comigo? Onde está meu pai?


_Tenha calma. Posso explica-la tudo se prometer manter a calma.


A lágrima foi contida entretanto o movimento incontrolável dos lábios não. 

Lida sentia-se ruir por dentro e o pior sozinha.


Silvério sugestionou magistralmente.
Contou-lhe que estava grávida, mostrou os exames que constatavam uma gestação de quatro semanas. Uma gravidez normal, de um menino forte e sadio. Que o gosto do café, fora algo que sua mente propiciara a ela por gostar da bebida e ver a máquina ao adentrar em seu consultório. Que toda conversa que ela cria ter havido antes, nada mais fora que o que seu psique desejava que tivesse sido, ideias que certamente a jovem gostaria de dividir com alguém fora de seu círculo de relações uma vez que era tão reclusa e seguramente um psiquiatra seria o personagem perfeito para essa explosão emocional e sobre o efeito da medicação, ouvindo a antiga canção de “Adele - Someone Like You” sem certezas e muitas dúvidas lá dentro dela imbuiu:






Someone Like You






_Por que não? Ele pode ter razão, ninguém é tão sozinha como eu.

Pediu para ficar só, calou-se e nas notas da melodia se perdeu no versos:




Nothing compares, no worries or cares
Regrets and mistakes, they're memories made
Who would have known how bitter-sweet
This would taste?





 E recebeu alta no dia seguinte depois de uma noite que virou dia claro com sol fulgente e escaldante.





Continua...
































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3 comentários:

  1. ANA MARIA
    Vai haver mais? Apaixonante,criativo.As pessoas viviam sem sexo?

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  2. Felipe Santiago-MACEIÓ
    Amando seu blog!Estou adorando a descoberta,e adorei este,afoito aqui,quando vem mais??

    ResponderExcluir

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