Ela me enfeitiçou no tempo, no exato segundo em que meus olhos repousaram sobre sua figura. Era diferente das demais. Um ar singelo com toques de nostalgia de uma absurda argúcia sobrepujada a um charme que se alastrava pelos poros de uma moça quase de família. Sentou-se repousando a bolsa de fina estirpe em cima da mesa fria da sala de interrogatório, fitou com seus densos olhos verdes e simplesmente balbuciou:
_Diva.
E em treze anos de
carreira como investigador foi a primeira vez que eu não soube o que mencionar
e ligeira, notando-me descompensado prosseguiu:
_Sou o crime e o Senhor
a Lei Doutor Otto Dellavila?
Tomado pelo seu vestido
rosa clássico de tom quase angelical, salvo pelo tórrido batom vermelho que
abrilhantavam seus lábios para mim, assumi fôlego e a rebati:
_E se formos?
A postura na cadeira
mudou, o objeto rangeu na sua severa inclinação em minha direção e dentro dos
meus olhos foi doce invasora:
_Então um de nós vai
deixar de santo ou demônio.
_Mas não sou um demônio
Senhorita Diva Orleans.
E ali confessou-me num
adocicado sussurro:
_Os melhores, nunca
confessam. - E volveu a sua postura anterior.
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