"A
ARTE DE SORRIR CADA VEZ O MUNDO DIZ NÃO"
Oi Diário...
A frase acima me visitou e eu a furtei para dentro
da minha alma. Pois é, o mundo me disse não outra vez. A princípio, escutar
seus "nãos", é até familiar para mim, devo confessar que quando ele
me disser: SIM! Aí, começarei a duvidar se estou entre a Terra dos viventes realmente.
O não que me foi dado categoricamente, é doloroso,
amargo e cruel, e pela segunda vez se manifestou de modo imperativo, sem exageros,
um carrasco. Mas nessa trajetória
intitulada como vida,cada um tem que enfrentar seus próprios demônios e
como qualquer mortal tenho que vencer o inimigo que se mostra invencível, voar sem asas, cravar
o chão com meus pés calejados e inda que morta por dentro ou não certamente sei
que terei que vencer muitas guerras para ter meu deleitoso e adocicado instante
paz, e nesse momento acabará essa agora infinita agonia que se desponta como
uma senhora alta,poderosa,debochada,malévola que me encara dentro dos meus olhos
escarnecendo minha alma, e gargalhando satisfeita e tripudiando meus sentimentos.
Sabe Diário,posso parar aqui, penso em parar aqui e
sendo mais sincera:Eu quero parar aqui.Quando somos afetados de modo tão duro e
com golpe tão certeiro,quem pode julgar uma decisão como tal? As lagrimas de
fora do meu rosto ocultei, porém por dentro minhas emoções estão desabrigadas em cacos de janelas,
portas e troncos de árvores em meio há uma enorme tempestade.Meus sentimentos
estão perdidos, desabrigados e sozinhos.Que resta?
Resta a menina que não tem nada.
Resta a menina que não tem nada.
Resta a mocinha intrépida que burlou o mundo o
enfrentando-o de frente, não de lado, não se desviando tampouco se esquivando.
Resta a mulher que com catorze anos de idades assumiu uma casa, uma família
como se fosse um adulto forte, uma leoa protegendo o que julgava ser o mais
importante, sua linhagem.
Resta um tudo de nada, mas não um nada de tudo. Ainda
estou aqui.
Faça sua chuva ou sol,quente ou frio,alto ou baixo não
importa,essa é minha opção:Ainda estou aqui.
Se passo, me olham e me ignoram,se é só sufoco,se é
só porrada,não importa:Ainda estou aqui.
Não vou ver a vida passar sentada na calçada, é a
vida que vai sentar e me ver passar diante dela.Ainda estou aqui.
E aquelas emoções em cima de mazelas depois deste tsunami?
Todo mundo,todos nós temos que nos refazermos, eu já
perdi a conta de quanta e quanta vezes tive que me refazer.Estou em cacos,dilacerada,talvez morta.Entretanto,todavia,mas,porém,contudo e
no entanto,Ainda estou aqui.
Não sei por quanto tempo é verdade, porém, enquanto
estiver:
Não abaixo a guarda.
Não desistirei de crer, mesmo que meus lábios declarem
e meu coração admita.É meu espírito quem me comanda e nele domarei os meus leões
internos.
Não fracassarei.
E se eu não vencer depois de tanta persistência?
Impossível. A minha vida por si só mostrará que não
sou vencedora por estar em primeiro lugar de alguma circunstância e sim porque
jamais cedi diante dos "nãos" que ganhei.
Hoje careço reaprender a sorrir. Dói somente em
forçar meus lábios a se abrirem.Só preciso de tempo,me refazer,me permitir,entretanto
não esqueço:AINDA ESTOU AQUI.
Sempre disse que de todas as personagens que criei a que mais imprimi características minhas foi Blanka Pankova.Aquela capacidade de receber tantas cacetadas com peito aberto e só esmorecer diante dos próprios olhos sempre com a cebeça erguida, sem medo de ser julgada ou compreendida.Aquela é Blanka,e também sou eu.
Então como diria Blanka:_Opchá!
Digo eu:_Que seja como o Destino quer!
Beijos Diário!
Bela Muniz
ResponderExcluirVocê é iluminada!