Anita
e Amália viviam numa ilha.
Sós
não, tinham a vista.
Amália
amava a vida.
Anita,a
vida de Amália.
Amália
apreciava cores e sabores,
Anita
os dissabores dessa conquista.
Amália
queria o céu,
Anita
o véu, caso ela não conseguisse.
O
tempo esvaia entre elas,
Como
as altas da maré,
Ora
revoltas, ora de bem-me-quer,
Amália
via um mundo arfante em tudo,
Anita
via o mesmo mundo, mudo.
Onde
Amália via coqueiros, beleza e luz.
Anita
queria seus olhos, sem tentar ver a própria força que a conduz.
Anita,
Amália.
Amália
vivia. Anita via.
Sem
entender que há segredos
Que só o tempo e a experiência
Instrui,
exprime,mostra, ensina.
Que
na sorte da vida cada um tem seu brio,
Sua
seiva, sua história e sua lida,
O
que a moça não alcançava, não compreendia,
Que
jamais seria a outra,
Pois
para ser Amália, não pode ser Anita.
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