Quem sou eu?

Danka Maia é Escritora, Professora, mora no Rio de Janeiro e tem mais de vinte e cinco obras. Adora ler, e entende a escrita como a forma que o Destino lhe deu para se expressar. Ama sua família, amigos e animais. “Quando quero fugir escrevo, quando quero ser encontrada oro”.

MEMÓRIAS DE UMA GORDINHA EM APUROS por Danka Maia


E lá vamos nós para mais uma das minhas aventuras no Mundo Encantado De Danka Maia.
Praticamente passei a minha infância em volta dos meus primos.Todos meninos,apenas eu era a garotinha entre eles.O maneiro era que além de representante do sexo feminino e também era a mais velha, então permeava ali, entre me protegerem uma vez que era a "mocinha" e mais "velha" do clubinho, que intitulei como "Os Quatro Cavalheiros do Apocalipse".Na sua formação inicial, eram eu, Anderson, Elizelto e o Joran.Nossa, como nós aprontávamos! Sempre fui mais ligada ao caçula até então que era o Elizelto, tinha por ele um carinho misturado com cuidado uma vez que ele era o mais novo. E o mais legal de nós quatro era como nos protegíamos. Lembro sempre de nós quatro sentados na varanda da casa da minha avó com as perninhas balançando no muro, já que os pés não chegavam ao chão, pensando qual seria nossa próxima aventura logo dor de cabeça para os nossos pais.Cismamos então de primeiro esperarmos vovó dormir, soneca que era sagrada após o almoço, e resolvemos mexer com as galinhas delas atrás da casa.Detalhe, ela já havia nos comunicado que não chegasse primeiro porque uma das penosas tinha "tirado" os pintinhos  e embora fosse uma ave estava brava como uma leoa.Caramba, fecho meus olhos e posso escutar a voz da minha saudosa vózinha dizendo:
_Olha vocês não vão mexer lá não, heim! Estou avisando, hã!
Mas quem falou que criança liga para conselho de adulto. Aliás, quando crianças temos o tal "Bichinho do contra".Se te mandarem para direita, é para lá que quer ir, se falarem para ir para a praça,não quer de jeito nenhum.E naquele dia não foi diferente.
Rodeamos a casa com maior cuidado nas pontas dos pés, o curioso é que embora o Elizelto fosse o menor, sempre foi o mais ágil, esperto, parceiro de crime perfeito,e ele conhecia toda procedência metódica da vovó.Então a fila seguia, ele,Joran,Anderson e por fim eu.Tínhamos uma técnica, se algum adulto nos  pegasse no flagra pelas costas, nos safaria porque eu era a mais velha e sendo menina não podia ser algo tão cabeludo assim, e se fossemos pegos pela frente,tinha o Elizelto, que por ser o caçula daria o tom que não era nada demais.
Resultado? Fomos cutucar as tais penosas. Recordo que cada um estava com uma vara de goiabeira para futucar a pobre mamãe. Na  primeira cutucada, ela gritou.
Morremos de rir.
Na segunda, gritou e levantou.
Rimos mais ainda.
Na terceira, lá fui eu a gordinha imbecil que deu o maior safanão na coitada da galinha com os filhotes no ninho. Só que aí deu zica.

_Ih!-Berrou o Elizelto com uma cara nada boa. - Melhor sairmos daqui.
E eu  a prosseguir achando aquilo o máximo.Porém, a senhora penosa levantou tanto as asas que achei por um segundo que estava lidando com um avestruz de tão gigantesca a figura.
_Por isso!!!- Gritou o Elizelto. - Vamos sair correndo que vai vir com tudo para cima da gente!
E não deu outra.A galinha saiu tão possessa do galinheiro que nem o pastor ou padre daria jeito nela.
E a confusão se instalou.
Corríamos feito loucos o quintal inteiro da vovó, e olha que era imenso.E quanto mais corríamos mais a dita-cuja abria as asas e desatinava atrás de nós.
Lá pela terceira volta, já não aguentava mais. Além de gordinha sofria de bronquite, por mais que você queira cadê o tal do fôlego?
Joran então teve uma ideia formidável. Danou a berrar para geral:
_Vamos subir no pé de mangueira!


Na primeira volta ele e Anderson conseguiu. Na segunda consegui jogar o Elizelto para cima, e na terceira fiquei na pista! Por mais que apetecesse, e eles me dessem as mãos para me puxar para árvore no meio do quintal, não tinha forças ou sopro. Aí pedi arrego, corria e gritava:
_Socorroooooooo!!!!!!!!! Vovó Socorrooooooooooo!!!!!!!

E lá veio minha avó com um cabo de vassoura na mão desesperada sem saber direito o que estava acontecendo.No entanto quando viu a cena,juntou-se a dura lida:
Eu , a galinha atrás de mim e a vovó atrás dela com a vassoura.
E enfim, fui salva daquela penosa de uma figa.Me livrei dela, não da bronca da vovó, do castigo dos meus pais que se resumiu a uma semana sem poder nos juntarmos outra vez.


Naquele tempo ficar uma semana sem eles era um infinito para mim.Hoje somos adultos, cada um vive suas vidas,mas decide neste domingo de  páscoa trazer essa peripécia.Porque por mais que a vida tenha nos separado, nossas lembranças  jamais serão, e no fundo é isto que vale.

Decido aos meus primos: Elizelto, Joran, Anderson, Vitor, Washington, Leonardo, Marcelo e  em memória da minha amada avó Maria Dolores Bispo,que saudade de não poder sua  canjica com amendoim.
Aproveitem suas famílias, a gente nunca sabe quando vai acabar, mas quando acaba tudo que resta é a lembrança e a saudade.







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