Quem sou eu?

Danka Maia é Escritora, Professora, mora no Rio de Janeiro e tem mais de vinte e cinco obras. Adora ler, e entende a escrita como a forma que o Destino lhe deu para se expressar. Ama sua família, amigos e animais. “Quando quero fugir escrevo, quando quero ser encontrada oro”.

O que tem na Caixa hoje?

Olá


Hoje olhando na minha caixa encontrei um conto da minha autoria, se chama uma Luz Fraca de Vela.
Sim, eu queria escrever algo para emocionar, e deixar um certo gosto...
Espero que gostem :)



Uma luz Fraca de Vela
Por Roberta Del Carlo



                .Havia uma ponta de esperança, como uma luz fraca de vela, em breve decidiriam seus destinos e acharam melhor celebra com um jantar, para aquela noite ela se aprontou, saiu mais cedo do serviço passou no salão de beleza deu um retoque na raiz, passou na lavanderia para pegar o vestido, mas não era qualquer vestido era um que foi feito sob medida para ela, o tecido era importado, foi uma prima que trouxe em uma das suas famosas viagens, faltava pouco para se encontrarem ela pensou em ligar mas sabia que o trabalho do marido era estressante já que ele quando chegava em casa vivia reclamando do chefe, dos colegas de tudo, ao chegar em casa sentiu o silencio daquela casa, das paredes sem vida do pó nas janelas, o tecido velho, mas tudo ficou assim desde o momento que o viu partir, a felicidade foi embora com ele.
Era tudo tão triste, tão vazio e ela estava ali presa naquele mundo.
Tina tinha se casado por amor.
Paulo casou para fugir de casa.
Ela vinda de uma família amável e estruturada, seu pai sempre tão amoroso com a mulher e os filhos, construíram um amor sólido com a sabedoria do tempo e um companheirismo quase que fraternal, com decisões calculáveis e realistas.
Ele era de família de sonhadores, a mãe tinha alma de artista, mas sem vocação alguma então fazia da sua família o seu palco de interpretação, com isso ganhou três casamentos e quatro filhos sendo que o mais velho o pai não quis assumir, esse então era Paulo, que assistia seus irmãos sendo mais felizes que ele já que tinha pai sempre presentes, com o tempo foi ajuntando raiva vendo que sempre após as brigas seus irmãos sempre teriam uma segunda casa, mas ele só teria aquela e com isso a loucura da sua mãe.
Quando Tina e Paulo se conheceram sabiam que eram diferentes, mas perceberam que não podiam mais se afastar, pois um era o apoio do outro ela via muito do pai com o jeito serio do rapaz sempre visando um futuro melhor e ele via uma mulher centrada, não muito bonita, mas dedicada ao contrario da mãe que sabia usar muito bem a sua beleza.
Quando se casaram a família da noiva fez uma festa gigantesca. Já que era a ultima filha a casar sendo uma das mais velhas já tornava-se constante as piadinhas de quando ela iria arrumar um pretende e a levar da casa dos pais.
A família de Paulo foram em peso, todos tentando moldar o modo como a mãe se referia a noiva, sempre fazendo comentários sobre a beleza da moça, e alfinetava,
- Diploma não segura marido – Era isso entre alguns comentários maldosos da mãe que perdia o filho, perdia a ajuda financeira de todo mês.
Nos primeiros meses tudo era maravilhoso, ela chegava toda contente e feliz, a cada jantar uma receita nova queria experimentar o livro todo que ganhou da madrinha.
Mesmo no dia que ele chegou dizendo que perdeu o emprego, que foi mandando embora porque o patrão não gostava dele, mas ela retribuiu com carinhos e compreensão.
Os dias foram passando e alguma coisa estava acontecendo, ele estava diferente em casa sempre tão distante e quando estavam com amigos estava sempre mais contente e elogiando algumas outras mulheres.
Ela deu o primeiro passo, ligou para ele num domingo a tarde, conversaram amigavelmente por horas, falaram sobre coisa sem muita importância sobre o tempo, filmes, comercias da TV até que Paulo fez o convite,
– Mas Paulo, esqueça se você teve uma recaída eu…
– Aquele dia, aquela sexta-feira foi infernal, minha mãe apareceu na firma, ficou lá andando de andar para andar, depois do almoço eu tive um reunião e deixei minhas coisas na minha mesa, eu esqueci a minha carteia com cartão e outros documentos…




Tina amava aquele homem, apesar de tudo.
E Paulo logo arrumou outro emprego na empresa do pai de uma ex-namorada dos tempos do colégio, mas a moça estava casada e feliz, e com filhos, quando Tina soube disso se sentiu um pouco mais aliviada, mas não tão segura.
Mas todas as noites quando chegava já entrava em casa reclamando do dia, do tempo, o porquê do atraso da comida enfim de tudo, mas a noite era pior, sempre com desculpas que queria assistir alguns programas de televisão até tarde da noite, mesmo com um televisor dentro do quarto ele gostava de ficar na sala, e com o tom da voz macia dizia que não queria incomoda-la. Tina ainda acreditava que ali existia amor.
No escritório estava ficando dispersa, depois de muito trabalho conseguiu a senha dos emails dele e da conta do banco, passava o dia checando tudo, cada movimentação, mas até então nada de muito anormal apenas emails comerciais ou uns com vírus tipo assim :
Veja o que rolou nessa tarde no estacionamento clic nesse link abaixo” ou “posso postar, algumas fotos da nossa festinha kkkkkkk está neste link” enfim ela estava fazendo coisas que nunca pensou em fazer , como certas manias de outros mulheres que as achavam inseguras e um tanto malucas. Ela tinha medo de perdê-lo.

Até que o dia chegou, era uma sexta- feira e ele não voltou para casa no horário habitual, o celular não atendia sempre dava fora de área, Tina andava por aquela casa com os pensamentos a mil, já passava da meia noite quando Paulo chegou. Tina que fingiu estar dormindo ficou escutando os movimentos dele pela casa, até que ele entrou no banho e ela levantou na surdina e foi remexer nos bolsos dele, mesmo se xingando mentalmente,
- Para de ser paranoica, não vai encontrar nada, amanhã vocês conversam, amanhã.
Mas um pedaço de papel que caiu no chão mudou todo o cenário da situação, era um checkin de hotel, com hora de entrada e saída, pelo o horário ele entrou uma hora antes da saída do trabalho e saiu não tinha meia hora, Paulo esta me traindo! – Assim veio na mente.
Paulo saiu do chuveiro e disse,
- Está acordada desculpe se a acordei, sabe querida amanhã podemos almoçar naquele restaurante que tanto gosta aquele perto do shopping.
- Não precisa – disse ela num tom amargurado.
- Está estranha hoje o que houve? – ele tentou a abraçar, mas ela desvencilhou do toque, mas Paulo que não sabia ler os sinais da esposa continuou a dizer – está cansada eu compreendo eu também estou, e o pior hoje a minha m…
- Chega de mentiras! – gritou ela – chega de tudo isso, o que você queria de mim? Todo esse tempo, porque quis casar comigo para continuar com a vida de solteiro que anda levando, estou cheia disso, cansada de ser passada para trás.
Paulo parecia espantando com aquela atitude, pois nunca tinha visto a Tina reagir daquela forma, nem mesmo as brigas que ela viu em sua casa, ou quando era alfineta por alguma colega ou prima metida, ela era sempre tão passiva. 
- Calma Tina o que está acontecendo, do que está falando?
- Você acha que não percebo o seu silêncio, sempre tão longe de mim, porque não me leva para as festas que tem na sua empresa, porque não vamos mais a casa da sua mãe? Ou um dos seus irmãos porque será? Só tem uma resposta você tem outra, você tem uma amante!!
- Amante!! Onde tirou isso Tina, eu gosto é de você.
- Como? Você o quê? Porque não diz que me ama, como fazia antes quando nos conhecemos, porque está fazendo isso, atravessou o meu caminho me fez sentir tão feliz e agora age assim, me evitando e agora está com outra!!!
- Por isso que temos que conversar agora as coisas vão entrar nos eixos Tina, eu tenho tanta coisa pra conversar com você, mas eu preciso de um tempo e…
- Não precisa mais, eu já entendi eu sei de tudo – foi quando a Tina mostrou o papel amassado e mostrou para ele – você passou as ultimas horas com a sua amante num dos melhores hotéis da cidade, nos melhores quartos então acho melhor você voltar pra lá agora!
Estava tudo acabado.
Ele tentou persuadi-la queria que ela o escutasse, mas Tina estava irredutível, ficou trancada no outro quarto até ele sair com a última mala, ele não levou o carro chamou um taxi, pois tinham comprado juntos, o resto daquela noite ela não dormiu.
Os dias foram se arrastando, o telefone não parava de tocar sua família estava preocupada, e ficou sabendo pela irmã que Paulo tinha ido a casa dos seus pais e conversou muito com eles e que ele estava morando na casa de um dos irmãos.
Tina estava infeliz, e mesmo acreditando que deu o marido de bandeja para outra, ainda não tinha coragem de tirar a aliança, as lembranças do Paulo estavam vivas na sua memória de todos os momentos felizes que passou nos braços dele e dos sonhos que tinham juntos, ela sempre pensava quando olhava para ele “ porque ele me ama tanto? Será que eu mereço todo esse amor e atenção que recebo dele?”
Mas agora estava tudo tão triste e quieto, o coração dela estava triste.
Ela não sabia, mas ele também sofria.
Passaram as semanas e até alguns meses, e nunca se esbarravam em nenhum lugar, os familiares nem mesmo falavam seus nomes, o mundo continuava a girar, mas nenhum deles tocou em assunto de separação. Tina sempre imaginava que era o advogado da parte dele, quando alguém ligava na empresa atrás dela,mas nada disso aconteceu.
Era um sábado quando a mãe dele foi a casa deles, no primeiro instante pareceu ser simpática, e até preocupada com a ex-nora, mas logo olhou em volta da casa disse que estava precisando de reparos, uma tinta já ajudava e ironizou.
- É querida vá aprendendo uma casa sem marido é serviço dobrado.
Mas para Tina aquela casa não tinha sentido, apenas limpava o que sujava e as demais coisas ou consertos iria empurrando para o outro mês. A mulher ficou falando coisas sem muito nexo, mas Tina percebeu que mulher não tirava os olhos da cristaleira que foi presente de casamento e sem muito rodeio pegou a peça e deu para a sogra.
- Pode ficar, sei que acha muito bonito sempre achou, isso não me faz falta.
- Querida! Que luxo, imagina eu aceitar um presente tão caro na verdade as coisas que tem dentro dessa sua casa, sua e do meu filho claro são tão lindas e…
- Caro – completou Tina – Paulo sempre me disse que a senhora gosta de ostenta certo luxo, que sempre viajou e comprava coisas caríssimas.
- Eu apenas tive sorte nos meus casamentos, Paulo é o mais velho e todos os seus padrastos eram homens admiráveis.
- É eu sei, um era médico, outro advogado por ultimo era um político.
- Era deputado querida o seu pai é mesmo o quê meu bem?
- Ele era professor e a minha mãe também como deve saber, mas a senhora deseja mais alguma coisa? Agora eu tenho que sair.
- Já vou indo, está mesmo na minha hora, e eu vou levar o meu pequeno presente querida.
Tina deixou a mulher pegar cuidadosamente a peça com o olhar de ambição e egoísmo, e caminhou em direção da porta, mas antes de sair disse:
- Vejo que está reagindo bem a essa separação, ao contrario do meu filho, que está na casa do irmão jogado num quarto de hospedes, Paulo é como o pai dele que era um fraco sem ambição, não sabe dar valor ao charme e a inteligência que tem…
Tina pensou em fechar a porta na cara daquela mulher, mas por curiosidade quis saber.
- Como assim, do que está falando?
- Quando ele entrou para a empresa do ex-sogro eu pensei que ele iria te largar para ficar com a Julia, mas pensei errado, aquela moça arrasta um bonde pelo meu filho, mas ele não faz nada, com ela do lado ele ganharia o mundo, mas não, preferi ficar preso a você, nesse condomínio a essa vidinha mais ou menos, devo admitir que você soubesse prender direitinho o meu filho, mesmo não sendo uma das mais belas moças…
Tina não quis ouvir mais nada quando a mulher disse que o filho estava sozinho e preso a ela, então Paulo ainda a amava…

O jantar.
- Sabe Tina a gente podia se ver amanhã, poderíamos sair pra jantar e conversar o que acha?
- Serio?
- É claro, estou com… – ele segurou um pouco, mas disse – com saudades de você.
O coração dela disparou de alegria, havia agora uma ponta de esperança, eles iriam conversar e quem sabe concertar o que tinha acontecido.
Naquela manha ela acordou com certa ansiedade, sentia o corpo tomado por uma emoção, um pontada leve no peito, mas talvez isso seja causado por conta da ansiedade, da vontade de querer vê-lo logo.
Assim que ficou pronta, foi para o restaurante que marcaram o encontro.
A mesa era pra dois, ela chegou um tanto cedo, mas foi recebida pelo metri e logo ocupou o seu lugar na mesa, respirou fundo, logo Paulo estaria ali.
Minutos depois ele chegou sorridente bem vestido e com um buque de rosas vermelhas.
- Está linda querida, as flores são pra você.
- Obrigada, belo restaurante.
- Eu sempre quis traze-la aqui, eu a vi entrar tive medo que não viesse.
- Mas eu vim – disse ela, entre sorrisos e olhares – as flores são lindas.
Ela tocava delicadamente a pétala delicada.
- Eu queria pedir desculpas de tudo eu sei que depois que casamos fiquei um tanto distante do nosso amor, mas Tina eu nunca a atrair nunca.
Ela olhou para ele, não mais com rancor ou angustia como naquela noite, apenas o olhava com amor e carinho.
- Foi a minha mãe – cortou ele – ela que fez tudo isso, deixe me contar o que houve, desde quando nos casamos ela vivia me acusando de te-la abandonado pedia dinheiro, pedia para visita sem você, enfim acho que sempre me deixei levar pelas loucuras dela, e não queria passar isso pra você, não no nosso lar, não na casa que tanto queríamos por isso eu me calei, mas peço que me perdoe.
- Paulo…
Enquanto ele falava uma dor aumentou dentro de Tina.
- Tina ela que pegou o meu cartão, e foi para aquele hotel com um amante, logo eu vi que tinha sido ela que levou a minha carteira e fique a esperando na casa dela o tempo todo, eu vi suas ligações, mas eu estava tão nervoso não queria passar aquela angustia pra você, quando ela chegou não quis escuta-la, eu abri a bolsa dela e peguei a carteira e vi aquela nota, eu disse a ela que daquele dia em diante nunca mais me veria que eu tinha uma vida com você que eu estava deixando de lado.
Tina sorriu, mas a dor continuou.
- Então tudo foi um engano esse tempo.
- Tempo que vamos recuperar minha querida, Tina eu amo você.
O coração da Tina era como a luz de uma vela, que poderia iluminar as mais temidas escuridões, como fez com coração do Paulo que era tão fechado e dominado pelas loucuras da mãe durante anos, e quando teve esse amor afastado a luz foi ficando fraca quase sumido, era como se fosse apagar sem ao menos ter ventos em volta.
E foi isso que aconteceu com o coração daquela moça mesmo com toda aquela emoção, a felicidade de novo voltava, o seu marido voltaria para casa, mas se pelo menos a luz da vela, a luz do seu coração voltasse tudo estaria resolvido…


A imagem do sorriso dele nunca mais ela esqueceria… nunca mais.


(imagens tiradas da internet)

Até a próxima Caixa!
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