Quem sou eu?

Danka Maia é Escritora, Professora, mora no Rio de Janeiro e tem mais de vinte e cinco obras. Adora ler, e entende a escrita como a forma que o Destino lhe deu para se expressar. Ama sua família, amigos e animais. “Quando quero fugir escrevo, quando quero ser encontrada oro”.

TRÊS PÊSSEGOS Por Danka Maia






Das muitas mães que batalham o seu pão de cada dia Cida era mais uma. Com três filhos, Caio, Breno e Inácio, restou-lhe a dignidade de como diarista prover o sustento de todos depois de ter sido abandonada pelo marido que se achou nos braços de uma mocinha de vinte anos.
Os meninos tinham onze, dez e sete anos. Cida pouco os via,quando voltava do trabalho já dormiam para a escola do outro dia, quando saia do mesmo modo, então deixava o café e a tarefa de cada um para o dia. Todos colaboravam e se ajudavam, sabiam que precisavam daquela união para dar a mãe um pouco mais de sossego e assim poder concentrar-se melhor na labuta de todos os dias.
Havia por costume, uma vez que os garotos aniversariavam no mesmo mês, dar a cada um deles um pêssego. Amavam a fruta, e com o orçamento sempre muito apertado a mãe se espremia para cumprir a tradição que lhes habituou. Naquele ano não foi diferente, antes de ir para a árdua lida, Cida deixou na bancada da simplória cozinha um pêssego com o nome de cada filho e para todos,o mesmo recado: "Usem e desfrute dos pêssegos da melhor maneira que puderem. Feliz Aniversário meus lindos, mamãe ama vocês!"
No domingo dia seguinte ao fato, Cida recebeu folga e na conversa agradável do café da manhã com os meninos, coisa rara quis saber como cada um desfrutara de sua fruta.
Caio disse:

_Eu comi tudo mamãe, devorei com tanto gosto, foi o melhor pêssego do mundo!

- Abraçando a matriarca com um beijo gostoso que só filho saber dar e que mãe adora receber._Por nada meu querido. - Respondeu ao filho.

- E você Breno:

_Ah mamãe, eu comi metade ontem, e irei comer hoje, achei melhor prolongar a gostosura. - Rindo, Cida passou a mão pelos seus cabelos e o elogiou:

_Fez bem filho, soube guardar para o dia seguinte, é importante isso. Na vida nunca se sabe quando a necessidade bate a porta.

-Porém o semblante do caçula Inácio ficou fechado. Os outros levantaram e na gritaria foram para rua jogar bola com os amigos. Cida aproximou-se do menino e o questionou:

_E você meu pequeno, o que fez com o pêssego? Estava gostoso?-O garoto a olhou sem jeito e respondeu:

_Mãezinha... Não sei, não provei. - Cida achou estranho e replicou:

_Estava estragado, caiu no chão, o que houve?-Inácio então esclareceu:

_Não mamãe, a senhora sempre nos ensinou que temos que ajudar ao próximo sempre ainda mais se estiver com muita necessidade.

_Sim Inácio isso mesmo!- Cida reafirmou a lição.

_Então, sabe os vizinhos aqui do lado, os que mudaram há pouco tempo? Ontem o Marcos, o que brinca comigo me contou que nada tinham para comer. Aí peguei meu pêssego e dei a ele para repartir com sua mãe e irmã. Cida não escondeu a emoção, o abraçou, o beijou e disse:

_Cada um usou da melhor maneira que quis. Mas sem dúvida Inácio, você foi o que melhor soube usar o pêssego. Estou orgulhosa em ser sua mãe. Muito obrigada por esse presente.

Sabem, as pessoas acham que ser generoso é dar ao outro aquilo que a pessoa necessita, ledo engano,generosidade é dar aquilo que você mais precisa,ama ou gosta ao seu próximo, e independente da falta que isso possa ou não lhe fazer,ainda sentir-se pleno com isso.
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