"Esta a glória que fica, eleva, honra e consola." - M. de Assis
Não sou fã de Patrícia Secco, deixo bem claro antes de começar o assunto, entretanto não é a minha opinião pré-definida sobre a autora que me faz desprezar tão vilmente o novo trabalho dele que ela pretende lançar. Decerto os mais informados e conectados ao mundo da internet já conhecem esse assunto, porém percebi que nem todos os autores e leitores conhecem a informação "Machado de Assis será simplificado por Patrícia Secco".
Machado de Assis foi e sempre
será o maior dos autores brasileiros. Ele escreveu de tudo um pouco (Crônica,
Conto, Romance, Poesia, Crítica literária, Peça Teatral...). Vou ser direto, a
simples tentativa de simplificar Machado de Assis é um crime de honra contra a
cultura nacional.
Talvez os defensores usem a
defesa, “Os jovens não deveriam ser obrigados a lerem a complexa obra de
Machado de Assis”, para isso tenho o meu argumento, não sou velho e desde os 10
anos de idade leio com prazer Machado de Assis. Regozijo cada segundo que perdi
lendo “Dom Casmurro”, “Esaú e Jacó”, entre outros.
A linguagem rebuscada e as
ironias é uma marca inconfundível e inalienável de Machado, é essa uma marca do
autor. O livro que não tiver a marca do autor, não é Machado de Assis, é um
livro qualquer. É um vitupério o que está sendo feito com a obra do maior autor
brasileiro, e pior é o apoio financeiro recebido pela autora dos livros. Os
livros que dizem que Machado simplificado será distribuído pelo governo
federal. Seria mais útil para o povo brasileiro se pegassem a verba que foi
usada para patrocinar esse ultraje e destinassem para novos autores, novas
produções de autores brilhantes que estão ainda anônimos.
E por fim, se é para ter novos
leitores que não conseguem ler um Machado de Assis, prefiro não haja. O que não
podemos é matar um clássico apenas por números de IDH, o que não vale nada.
Talvez deixemos de analfabetos, mas pior, teremos um tanto de brasileiros que sabem
ler, mas não têm a capacidade de interpretar. Pois isso lhes foi tomado por uma autora que irá
entregar ao povo um livro já interpretado e com um vocabulário pobre, como o (des)serviço
que ela realiza.
Josué da Silva Brito
Este artigo reflete a opinião expressa do autor e não a
opinião do blog em que foi vinculado.
É um assunto bem amplo.Beijos!
ResponderExcluirParabéns Josué da Silva Brito... concordo plenamente com você! Literatura é literatura, catequese à parte. É muito bom saber que existe garotos como você que defende nossos autores e obras com tanta intensidade e discernimento. Transforma-las em genéricos, nem pensar ! Um forte abraço meu querido !
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