_Desista disso que é baita bobagem! _ Mas uma coisa é o que o povo acha que sabe e outra muito diferente é o que de fato é. Lúcia, nossa personagem de hoje é só mais uma brasileira, melhor, brasilesa com diz o amigo e Professor José Carlos Bortoloti.Uma mulher simples, como eu , você, o que a torna diferente nesse dia peculiar foi a grande descoberta que ela criou.
Da última vez que o marido e berrou para que desistisse de erguer pela nona vez o muro de sua casa que havia caído em virtudes da cheia do córrego que passava ao lado de sua residência,a dona de casa pensou lá consigo:_ Deve existir em alguma banda no mundo um remédio para fazer esse muro ficar de pé ou que faça esse homem parar de beber esse bendito gole de café e resolver vir me ajudar ao invés de ficar ali me azucrinando e fiscalizando a falta de natureza desse lugar!
E havia,o que Lúcia ainda não sabia era que seria ela a grande feitora desta façanha.Pela simplicidade da sua origem procurou em todos os lugares cidade o tal remédio que pudesse reverter a falta de esperança do marido, dos vizinhos e de todos que só viviam para lhe dizer:_ Largue a mão dessa bobagem!
No entanto, a dona de casa corajosa não encontrou, até que volvendo para casa triste e cabisbaixa, lembrou que era hora de tomar seu medicamento para pressão alta, a última coisa que desejava era naquela altura ter um pique de pressão arterial.E foi com a embalagem do tal que surgiu a sua mente:Cloridrato de Esperanzol. Revirou os olhos para o envelope prata e deixou escapulir:
_Por que não? - E dali voltou para centro da cidade só chegando em casa a noitinha. No outro dia, as cinco da manhã lá estava Lúcia com massa pronta, balde em punho para colocar o muro Arriba.
_Ô mulher, ocê enlouqueceu de vez foi é?- Indagou Ambrósio o marido já com o cafezinho em punho. _ Já vai começar de novo essa bobagem de muro? Que adianta por essa joça em pé se vem à chuva e joga essa porcaria de novo no chão? É tempo e dinheiro suado jogado fora!- Foi quando a esposa rebateu:
_Ah bem, não depois do remédio novo que o doutor me receitou para os quartos caídos!
_E ocê virou cachorro para ter quartos caídos foi? - Mas Lúcia estava engajada feito uma máquina. Ambrósio vendo a diferença não se aguentou:
_Que remédio foi esse mulher?
_Cloridrato de Esperanzol! - respondeu sem parar.
_E é bom mesmo?- investigou Ambrósio já se achegando.
_Ocê num está vendo homem que nem tô ligando para essa sua cara de pastel que fica me agourando aqui no serviço?
_Verdade!- Constatou o marido encafifado. _Esse remédio deve de ser muito bom! Será que posso tomar um nega?-Lúcia não esperou duas vezes, correu dentro da casa apanhou um frasquinho e foi logo enfiando na boca do marido.
_Não tem contraindicação, pode tomar despreocupado, Doutor me falou!
E pasmem, minutos depois...
_Não é que essa bodega é boa mesmo! Estou me sentindo outro, até com vontade de pintar a casa que parei há seis anos!
_Estou te falando Ambrósio, a medicina anda mais na frente que saia de perigueti!-e riram.
Enfim Lúcia teve o muro erguido e de quebra a casa pintada, é claro que o tal medicamento nada mais era que bolinhas de açúcar feitas numa farmácia de manipulação, o famoso placebo. Às vezes e muitas são as vezes que as pessoas só necessitam crer que podem mudar, inda que essa transformação venha de uma simples atitude, mas inteligente, afinal Lúcia conseguiu o que carecia sem brigas ou delongas.
Simplifique a vida, tome Cloridrato de Esperanzol!
Bora para vida!
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