Quem sou eu?

Danka Maia é Escritora, Professora, mora no Rio de Janeiro e tem mais de vinte e cinco obras. Adora ler, e entende a escrita como a forma que o Destino lhe deu para se expressar. Ama sua família, amigos e animais. “Quando quero fugir escrevo, quando quero ser encontrada oro”.

FESTA DO DIVÓRCIO Por Danka Maia


"E foram felizes para sempre." Alana ficara com a frase logo após a primeira audiência com o juiz sobre o divórcio com Danilo.Por mais que tivessem um  bela história construída,singularidades e muitos amigos em comum que torciam por eles,já não dava mais para continuar aquela vida a dois.O mundo havia tinha ficado pequeno demais para comportá-los.Mas a amizade, essa era irretocável, por isso foi tudo tão tranquilo, tão bem discutido tão civilizado e principalmente com respeito, predicados difíceis de se ver ou ter nessa circunstância.A coisa fora tão bem resolvida que os mesmos amigos decidiram dar uma festa para celebrar o fim do casamento e o recomeço para ambos.
Tudo feito com boas gargalhadas, decoração, bolo, música ao vivo e bebidas das mais variadas possíveis, até o padre que fizera a cerimônia do casamento veio para abençoar agora a desunião do casal e uma nova benção para o novo início.
Danilo e Alana chegaram juntos, pairava sobre eles embora nada dissessem um ar de  não dever cumprido,no entanto,ambos não se permitiam que o outro notasse tal sentimento.
_ E vocês já decidiram com quem ficará o Subúrbio e a Favela?- um casal simpático de  cachorrinhos da raça pincher, filhos daqueles dez anos.Perguntou Alice uma das muitas amigas íntimas do casal que estava na festa do divórcio assim como na do casório.
_Não decidimos ainda. - Alana  fitou o então ex-marido espantada, afinal nem mesmo eles tinham pensado em tal conjuntura.Subúrbio e Favela jamais conseguiriam viver separados um do outro ou sem ela ou Danilo.
_Vamos lá que o Padre quer falar contigo cara! - Surgiu Tenório já devidamente aditivado puxando Danilo pela gola da camisa indo ver o sacerdote.
Alana ficou ali e numa roda de fofocas femininas o assunto disparou:
_Então, já pensou o que vai fazer da sua vida de solteira?- averiguou Melissa, outra amiga.
_Sabe que ainda não. - rebateu Alana.
_È normal, a gente fica  meio perdida mesmo no começo.Me lembro que quando o Cadu e eu nos separamos.Nossa! Fiquei mais perdida que cega em tiroteio. - admitiu.
_Por que foi mesmo que se separaram Melissa?- indagou a Sol com dando mais um gole na taça de vinho.
_Os "por quês" ,não é meu bem?- Melissa concertou e prosseguiu. - _Não suportava mais aquela toalha molhada em cima da cama, aquela mania infernal de só usar sandálias brancas dentro de casa... Insuportável!
Alana riu por fora ao ouvi-la, por dentro se questionou:_Como? Acabar um casamento por causa de toalhas e sandálias?- Achou um cúmulo e foi  para outro lado onde jazia Peterson olhando o céu da sacada.
_Alana,ainda não a tinha visto para te dar um beijo!- a saudando calorosamente.
_Pois é, estava com as meninas. - sorriu.
_Pronta para voltar a ser solteira oficialmente?- o amigo lançou no ar virando o corpo para ela.
_Ai...Não sei.
_Deveria. Sabe Alana, se houve um casal no mundo que achei que jamais passaria pelo fantasma da separação era você e o Dan.-admitiu o moço um tanto quanto chateado.
_Por quê?- Ela quis saber.
_Porque sempre fizeram tudo não da maneira certa, mas da maneira que os dois desejavam. Jurava que tinham a fórmula de se viver bem como casal.- Desabafou deixando Alan também perturbada.
Do outro lado da festa Danilo ouvira coisas esdrúxulas também. Um que terminara porque odiava o bolo de chocolate que a esposa fazia, outro que não suportava a camisola bege da mulher. Como Alana, estava horrorizado.
Por fim se deparam com o bolo do divórcio. Um fitou o outro e abaixaram a  diante da noivinha com a cabeça do noivo nas mãos ensanguentada.Um mar de emoções passaram entre eles.Desde o dia em que se conheceram até a tarde daquela decisão.
_Por que estamos mesmo fazendo isso Alana?- Danilo retrucou.
_Ia fazer a mesma pergunta. - objetou.
_Senti que estávamos desgastados. Achei que não podia mais te fazer sorrir.-Confessou Danilo.
_Eu cri que não havia mais sintonia entre nós, parecia que almejávamos coisas completamente diferentes.
_Jamais reclamei dos seus bolos, mesmos os solados. - o rapaz confessou.
_Nem eu da toalha molhada e da roupa espalhada por toda casa, essa mania linda e irritante que você tem. - admitiu a jovem.
_Eu adoro a sua camisola bege, odeio a de zebra, mas nunca falei.
E foi então que perceberam que a verdadeira essência de estar junto de quem se ama, às vezes não é necessariamente a sintonia ou capacidade de fazer o outro feliz o tempo inteiro. E sim, de omitir as coisas que odiamos por amar, pelo simples bem querer. Que viver para sempre é lindo, porém para chegar até lá o hoje,o agora precisa ser construído com renúncia e dedicação do aqui, do já.Que brigas, discussões são fundamentais para mostrar como estavam evoluindo enquanto pessoas e que o importante era como se resolviam após as farpas trocadas, e viram que tudo era bom.
No final da festa, reuniram todos e comunicaram que o divórcio estava revogado para o espanto de todos. Somente o padre sorriu emocionado. Na saída alguém os questionou:
_Por que continuar um casamento fracassado?
Ambos sorriram. Mas Alana pediu a palavra com o olhar e com o mesmo Danilo aprovou:
_É verdade, temos um casamento em fracasso. No entanto, as pessoas não são perdedores quando fracassam e sim quando desistem. E nós..- Se entreolharam com esperanças.-Não queremos desistir.
E antes de sair pelo batente da porta se beijaram.


BEIJOCAS GALERA!


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