Quem sou eu?

Danka Maia é Escritora, Professora, mora no Rio de Janeiro e tem mais de vinte e cinco obras. Adora ler, e entende a escrita como a forma que o Destino lhe deu para se expressar. Ama sua família, amigos e animais. “Quando quero fugir escrevo, quando quero ser encontrada oro”.

Noite de Bruxas - Parte I

Este conto foi escrito entre Novembro de 2011 e Novembro de 2012… Resgatado de entre memórias difusas, realidades que se confundem com sonhos, todas apanhadas pela caneta de uma escritora…



The Mirror/Angel of Music
The Phantom of the Opera

Noite de BruxasParte I , por Isa Lisboa

Seguimos no carro por entre as árvores verdejantes, que formam um arco sobre as nossas cabeças, deixando a sensação de estarmos a ser guiados por um roteiro mágico. Ao fundo vislumbra-se por entre a vegetação densa o que parecem ser as torres do castelo de uma princesa de contos de fadas, quase espero que a fada Sininho passe alegremente a fazer as suas travessuras...

Ao longe vejo uma fogueira a crepitar no cimo da serra, mantém-se uma chama viva, apesar de a chuva bater cada vez mais forte. Lembram-me dos rituais que se diz são ainda praticados por aqui... Imagino pós a serem lançados à fogueira, mantendo aquela chama crepitante e tão misteriosa...

Chegámos à aldeia, seguimos agora pelas ruas estreitas, direita, esquerda, em frente, direita. Paramos junto ao velho coreto, imagino-o testemunha silenciosa e paciente de amores e desamores, revoluções e conspirações, danças pagãs e procissões em honra aos santos. Vários carros parados, um lugar vazio, um único, parece que reservado para nós.

Entramos, espera-nos um mestre de cerimónias, vestido a rigor. O seu olhar de imediato me prende os olhos, sinto a vento a fustigar-me as costas, a porta atrás de mim fecha-se com a força do vento.

Dirigimo-nos à mesa, um lobisomem entra furtivamente na sala, enquanto me sento em frente a uma aranha que se passeava pela mesa e que estranhamente parece olhar-me como se fosse uma presa... Por um breve momento, preciso lembrar-me de que é Noite das Bruxas, em que os monstros saem à rua, o único dia em que podem passear-se livremente, sem assustar os mortais...

Trazem-nos a ementa para a noite, o que me distrai das intrigantes sensações que me assaltam desde que cheguei. Como entrada, Salada de Tentáculos de Monstro Marinho, com Óleo de Azeitonas Embruxadas, seguindo-se Peito de Dragão Alado com Frutas dos Duendes embebidas em Poção Mistério. Assim avançamos até à sobremesa, Tarte de Frutos do Bosque Encantado com raspas de Asas de Morcego.

À volta, o lobisomem continua a passear-se, falando descontraidamente com uma vampiresa que parece pronta para voar pela noite em busca não entendo de quê...

Passamos ao pequeno jardim, onde abóboras suspensas no ar - como terão feito este truque - iluminam este espaço onde a noite se adensa. Trazem-nos um cálice, dizem-nos que são lágrimas de feiticeira, néctar muito raro, que temos que provar, pois nunca esqueceremos o sabor daquela bebida exótica. Começo por saborear um pouco, deixando o sabor apoderar-se dos meus lábios, sinto uma mistura de doce com pimenta, que fervilha na pele, convidando a beber mais. Arrisco e sinto que um leve fogo me queima a garganta, e avança pelos meus músculos, sinto como que um vórtice me suga e perco os sentidos...! 

Continua na Noite de Bruxas.....

Foto: Isa Lisboa

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2 comentários:

  1. Isa, tirando a parte da comida que me embrulhou todo o estômago, viajei no seu conto .Até dia 31.
    Bjs

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  2. Ora, mas na noite de bruxas, a comida tem que ser fantasmagórica ;)
    Até amanhã! ehehe

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