Quem sou eu?

Danka Maia é Escritora, Professora, mora no Rio de Janeiro e tem mais de vinte e cinco obras. Adora ler, e entende a escrita como a forma que o Destino lhe deu para se expressar. Ama sua família, amigos e animais. “Quando quero fugir escrevo, quando quero ser encontrada oro”.

Confissões com um "Q" de pecado: Boquinha de Anjo




     
Oi Galera Machine! Olá minhas Ciganas! 
 Promessa é divida, está aqui no nosso primeiro conto picante da página Confissões Com Um "Q" de Pecado. Não deixe de comentar, indicar aos amigos. 

         Um posto de gasolina. Somente mais um posto de gasolina como aquele que todo mundo conhece em qualquer esquina ou rodovia do mundo. Mas o que fingiu ser comum tornou-se uma madrugada memorável para mim. Foi nele que entrei para abastecer, pelo menos foi nisso que acreditei.


 Meu nome é Laura, tenho 35 anos de idade, cabeleireira, tenho duas filhas lindas e sou casada há 14 anos. O motivo que me levou aquele posto foi mais uma briga que tive com meu marido no meio da noite. Cabeça quente, as meninas na casa de minha mãe, ingredientes perfeitos para me fazer apanhar o carro e sair sem rumo, dois quilômetros depois percebi que o tanque está quase vazio.
Desci do automóvel ainda mais irritada por não haver algum frentista por ali e ter que entrar na loja de conveniência para tentar ter um pouco de respeito no atendimento.  Respirei fundo coçando minha nuca ao constatar que somente na terceira vez o atendente notou minha presença resmungando algum nome em direção ao fundo do estabelecimento.  Para não estourar decidi sair e esperar quem quer que fosse do lado de fora.
 Pensei em meu casamento com Hugo. Um casamento que já vinha a algum tempo esfriando, tivemos várias crises e na última ele saiu de casa sem se quer falar comigo depois de eu descobrir uma de suas traições, mas quando viu que não me humilhei indo atrás dele, ele veio até mim para conversar, acabei voltando com ele, mesmo muito magoada em parte não sei se o aceitei por que ainda gosto dele ou se foi por causa das meninas.  Eu só sabia que não estava feliz e nesse impulso de pensamentos uma voz me trouxe a realidade.
— Em que posso ajudar?
 Senti certo desconforto, um arrepio subindo pela nuca e pensei até em correr de volta para casa. A vida me trouxe outra vez o meu primeiro namorado, o Tiago. Foi como sentir que o tempo congelou na noite em que terminamos por ciúmes dele com o meu atual marido. O mesmo jeito de olhar, aquela voz rouca saindo para o meu delírio daquele maxilar forte e tão delineado.
— Tiago.
— Laura. Quanto tempo...
Nessas horas o correto seria que as conversas corriqueiras acontecessem. Como vai a vida? A família? O cachorro, o papagaio e até o cú da sogra, mas tudo que ambos fizemos foi nos olhar com aquela faísca acesa pelo capricho do tempo. Perturbação era a palavra que mais nos definiria naquele momento.
— Quer encher o tanque? — apontou para o carro.
— Você está solteiro? — nem eu acreditei que perguntei isso na cara dele. Tiago sorriu daquele jeito maroto passando a mão pelos seus cabelos negros que agora começavam a ficar grisalhos.
— Eu trabalho aqui. Não sou o frentista, mas na falta de um sirvo e sim estou solteiro e você até onde soube ainda é casada. — Minhas pernas bambearam ainda mais em notar que ele sabia da minha vida.
— É... — resmunguei sem tirar os olhos de sua boca — Tem gente que nasce para ser burro como eu.
O modo como apanhou a mangueira ajeitando na boca do tanque me fez lembrar-se de como ele penetrava em mim melando-me na hora.


— Prontinho Laura. Viu? Ainda tenho jeito com a coisa.
— Certas coisas nunca mudam não é Tiago?
— Não. — confessou com outro riso sacana fechando o tanque — Não mesmo.
— Vou passar o cartão.
— Isso. Passa. Mas passa devagarzinho. Para que a pressa, não é?
Julguei-me uma louca, insana e puta. Mas antes de sair da loja onde paguei perguntei ao atendente retardado a que horas o Tiago saía e para o meu espanto era dali a vinte minutos. Tempo suficiente para me fazer deixar o local entrar no meu carro e voltar para minha vida de caos. Pois é, mas eu decidi não me despedir do Tiago, entrando no automóvel estacionei ao lado mais escuro ainda dentro do posto. Uma parte tão esquecida que era de terra batida, muito óleo queimado pelo chão e em alguns barris. Sei que ele me observou alcançando a minha intenção. Um tempo depois naquele frenesi questionando-me o que estava fazendo escutei a batida de seus dedos no vidro do motorista.
— Esperando por mim? — Ah, eu poderia justificar tantas coisas com tantas explicações, mas fui direto ao ponto:
— Sim. Algum problema? — descendo de vez o vidro que nos separava.
— Abra a porta do passageiro que eu quero entrar.
A voz rouca e imponente não me permitiu pensar em retroagir nem por um segundo.  Quando Tiago entrou já veio jogando a camisa arrancada no painel do carro, meus olhos arregalados diante daquele peito másculo e definido do jeito que eu conhecia.  Tocou minha pele como quem toca a seda. Foi suave e rejuvenescedor ver meu corpo arrepiar-se outra vez com suas mãos passeando nas esquinas do meu corpo.
— Ainda o mesmo cheiro adocicado que me enlouquecia Laura. — ele ronronou enquanto mordia a ponta da minha orelha fazendo-me vibrar por inteira com a sua respiração quente em minha nuca.


Talvez eu devesse, mas não consegui gritar, correr ou mesmo lutar contra os meus sentimentos. Não era amor, era carência, e quando o assunto é carência o Tiago é um mestre nisso. Eu fui desarmada pelas suas mãos fortes que pareciam garras de um predador insano.


Puxou minha calçinha para baixo e meu vestido para cima num piscar de olhos. Atordoada pela sua boca devorando a minha só pude sentir o tranco de uma das suas mãos arrebentando minha lingerie. Cheirou fundo, olhou-me sacana confessando:
— Vou levar comigo Laura. Seu presentinho para o seu Tiaguinho. — enfiando em seu bolso da calça.

  Meti minhas unhas criando arcos em seus braços e costas, arranhando como quem também abria seu caminho de volta, e sim o sangue brotou, mas o rosnar dele me dando tapinhas ligeiros na minha bunda e nos bicos dos meus seios quando não estavam dentro dos seus lábios fazia tudo parecer sensacional. Meu corpo ficou mais nu que o seu. O atrito veio e antes que eu pudesse gritar sua língua encontrava-se na minha com sabor da velha e boa bala de menta que eu adorava.
— Minha boquinha de anjo.
Sorri ainda embevecida pelo seu encanto. Aquele era um apelido carinhoso que ele usava toda vez que desejava que eu o chupasse. Toquei em seu membro tão rijo e aos poucos procurei a posição confortável para matar a minha sede dele. Engoli todo de uma vez, talvez medo de que aquela oportunidade se fosse ou se eu despertasse caso estivesse em um sonho.

Não pude evitar um prazer imenso. Nem o medo ou as pedrinhas do carpete do carro machucando meus joelhos impediram que a minha fome fosse impedida. A luxúria tinha um nome, o meu, Laura.
— Isso... Nossa... Do jeito que eu sempre me lembro minha Boquinha de Anjo. Putz!
Depois no movemos juntos encaixando nossos corpos com nosso sangue bombeando todo nosso tesão. Sentei nele devagar, deixei ir até o fim, ao fundo, meu mundo. Quando percebi que estava à beira do gozo dado a velocidade que fodiámos encostei minhas costas no volante do carro abrindo os braços sem parar de me mover com meus olhos dentro dos seus apenas disse no tom que o enlouquecia:
— Goza nela, goza! Goza gostoso!
Senti aquela quentura mesmo com o preservativo junto de suas mãos em meu pescoço dada a sua demência de me dar até a última gota. Por fim nos olhamos. Beijamo-nos como nos velhos tempos. Não houve conversa. Vesti minha roupa do mesmo modo que ele a dele. Tiago saiu do carro ainda ofegante. Ali entendi que o tempo havia passado mesmo para nós. Assim como eu, ele compreendia que certas coisas não poderiam jamais ser como antes. Liguei o automóvel buzinando ao passar por ele. Foi uma noite das antigas para se lembrar que o presente tem suas surpresinhas.
Danka Maia
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