Foto: Google
Juntos somos uma ilha, seduzidos pelo descanso do
frenesin de ser continente nos dias comuns. Sem bússola, flutuando ao sabor das
marés.
Lá fora travam-se batalhas, a janela abafa os sons
dispersos que ainda tentam chegar. Cá, o elmo e a espada descansam num canto.
Os nossos corpos, livres da armadura, entregam-se à leveza.
Desaparecem as feridas e esquecem-se as cicatrizes, as
que nos marcam e as que se formarão.
Os teus beijos refrescam os meus lábios, matam-me a
sede, sede de dias a atravessar o deserto. A minha pele respira, finalmente,
aspirando o teu perfume.
Os nossos corpos são como peças num puzzle, que se
constrói devagar, juntando as peças uma a uma, no lugar certo. Peça a peça se
vai formando um mapa sem coordenadas, mas não precisamos de guia. O caminho
surge na certeza do destino.
Perdes-te. Também eu me perco. Sem corpo. Sem armadura.
Sem paredes. Eu sou tu. Tu és eu.
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