É
uma manhã de Outono, o vento levanta-se já, arrasta as folhas secas pelo chão,
num rodopio dançante.
Pedrinho
corre atrás delas, tentando apanhá-las no ar, mas o vento leva-lhas.
Ainda
assim, Pedrinho não desiste, continua a saltar, divertido com esta nova
brincadeira.
De
repente, lembra-se da mochila, e de que já deve estar atrasado para a escola. A
custo lá coloca a mochila às costas, e corre o mais que o peso dela lhe deixa.
Consegue
chegar a tempo e, pelo menos desta vez, o Marco já entrou na sala de aula. Hoje
não precisa ouvir as suas ameaças de colocar Pedrinho dentro da mochila. Essa
piada arranca sempre muitas gargalhadas dos colegas.
Pedrinho
não gosta destas brincadeiras; sabe que é baixinho, mais baixinho que os
coleguinhas da turma, mas não gosta! Não entende porque tem tanta piada. Também
não entende porque se riem tanto quando fala do seu tesouro.
Pedrinho
sabe que existe um tesouro para ele. Ainda não sabe o que é, por isso todos se
riem dele.
Mas
a sua mãe sorri sempre, quando ele lhe conta do tesouro, e passa-lhe a mão
pelos caracóis, sorrindo.”Não te posso comprar muitas coisas, Pedrinho. Por
isso, agarra-te sempre aos teus sonhos, porque eles não têm preço, e segui-los,
será sempre a tua maior riqueza.”
Por
isso Pedrinho, continua à procura do seu tesouro. Primeiro, precisa encontrar o
mapa. Infelizmente, não sabe muito bem onde poderá encontrá-lo. A mãe diz-lhe
que quando menos ele esperar, irá encontrá-lo, é assim com todas as coisas boas
da nossa vida, completa ela com o seu lindo sorriso.
O
menino vivia nos braços da utopia, carregado pelos sonhos que para ele sempre
eram azuis e com gosto de maravilhosas guloseimas e cheiro fresco de aventura
que para Pedrinho era o mesmo que a terra molhada no início das gotas da chuva.
Muitas vezes nos seus adágios era mais feliz, pleno e tinha mais amigos, talvez
coisas que dentro do peito do menino careciam para sentir-se mais respeitado
pelas outras crianças e dar uma vida melhor a sua mãe.
Até
que um dia, como a todos que este tem, venho o sol nos raios da liberdade, mas
não sozinho, consigo trouxe a oportunidade do menino.
Mexendo
nos perdidos do tio-avô, já falecido, encontrou fotos, poemas, dilemas e um
mapa muito curioso. Pedrinho não perdeu tempo, tentou levantar todos os possíveis
fatos sobre aquele lugar. Biblioteca, escola, prefeituras, porém simplesmente
parecia que ninguém jamais ouvira falar daquela localização, mas desistir, nem
pensar, Pedrinho não tinha tempo para isso não!
E
por isso, Pedrinho, dirigiu-se à sua melhor conselheira, a mãe.
Quando
algo está a ser difícil de encontrar, então só pode estar em um lugar: no nosso
coração!” – foi o que ela lhe disse.
O
seu coração apontava-lhe para a sua casa, mas fora aí que encontrara o mapa. E
o mapa e o tesouro não poderiam estar no mesmo sítio.
Foi
então que se lembrou do seu segundo sítio favorito, um local que não estaria em
algum mapa oficial. Só poderia ser lá!
Ansioso,
correu pelo pequeno caminho, cada vez mais cheio de vegetação, de tão pouco que
era usado. E rapidamente chegou lá, à clareira onde gostava de sentar-se, a
brincar, a observar as aves e os outros animais que ali apareciam, a subir às
árvores.
Só
poderia ser ali!
Olhou
à volta, ansioso, à procura de vestígios de uma entrada secreta, um outro
caminho escondido atrás da vegetação…
E
lá estava! No tronco da sua velha amiga árvore, um pequeno buraco.
Aproximou-se
e afastou as folhas caídas, os galhos que caíam por lá e viu que o buraco se
alargava. Como nunca tinha reparado nele?
A
tremer de curiosidade e entusiasmo, tacteou com uma mão, e sentiu algo. Tentou
puxar, mas era pesado, teve que puxar com ambas as mãos.
E
finalmente estava cá fora: uma caixa de tesouro!
Mas
o que é o Destino e essas tais surpresas que nos reserva? O baú era mesmo
pesado, no entanto isto se dava frente à madeira que fora fabricado. A surpresa
maior foi o que surgiu quando o pequeno menino com olhos saltitantes
felicidades abriu o tal invólucro.
Em
sua mente infantil tudo se dava,com o tesouro compraria casa para família,
viajaria o mundo com a mãe, até uma excursão pela galáxia tinha pensado e
depois uma caçaria na Terra um médico capaz de lhe dar uma fórmula mágica para
enfim tivesse alguns centímetros a mais e deixasse de ser a piada de seus
coleginhas na escola e na vida.
Pedrinho escrevera sua vida como rei!
Entretanto...
_Não!!!!-
berrou o menino levando as mãos a cabeça desolado.
Sentado
ao lado e lentamente repousando sua cabeça ao lado, triste e em prantos
soluçantes, rasgando qualquer coração que ali o visse.
O baú jazia vazio, oco de ouros, joias
preciosas, porém, com uma carta dentro amarelada pelo tempo.
Quando o chão se vai, ficam os galhos das
árvores. E foi o tronco da vida que sustenta a seiva de todo ser humano que o
impediu de cair naquele abismo da alma que lhe fora apresentado.
_Filho?-
Passando as mãos entre seus cabelos e em seguida erguendo seu rosto lavado
pelas lágrimas e desengano.
_Mamãe...
_Venha
cá meu menino, vem. - Abraçando contra o peito e serenando em seu colo.
Após
alguns minutos ele desabafou:
_Mamãe,
nossos sonhos se foram! O baú está vazio, tudo ser perdeu. - Limpando os olhos.
_Meu amor, não fique assim.
Vamos ver o outro lado. A vida é como um copo enchido pela metade. Você pode
afirmar que está meio vazio e frustrar-se como também pode ver que o mesmo copo
está cheio e se refazer em uma nova esperança.
_Por que a senhora diz
isto?- A mãe mexera em algo dentro dele.
_Pedrinho há um envelope lá
dentro, vamos ler? -Fazendo cosquinhas na barriga.
Ambos se apoiaram na caixa
e o menino retirou a carta e abrindo-a leu empolgado:
_" Aquele que for o dono deste baú receberá a maior de
todas as recompensas do mundo. Chamo-me Ana e soube muito cedo que deixaria a
terra do viventes, então enchi esta arca com todos os beijos que pude para
ofertar a todas as pessoas desventuradas do mundo. Se você achou meu tesouro, é
dono do meu legado. O baú não possui o poder do amor, amor sempre haverá. O baú
está cheio de amar."
Pedrinho olhou a mãe que
com um belo riso falou:
_Viu? Você é o menino mais
rico do mundo!
_Como mamãe? Não se pode
comprar casa, viagens ou a fórmula que me fará maior com amor?
A matriarca desceu a sua
altura fitando com carinho e preferiu:
_Não,amar não compra nada
disto mas exerça a herança que descobriu quem sabe o que tudo isto poderá da-lo?
Voltaram para casa. A
notícia se espalhou. Todos vinham ver a arca não do amor, o Baú do Amar.
Logo eram
pessoas,cidades,Estados,países e assim veio o mundo!
Cada um que abria o baú
sentia-se invadido por um tsunami de Amar que jamais sentira antes.
E com tantas pessoas a mãe
teve a ideia de vender alguns quitutes, e o negócio prosperou de forma tão
gigantesca que a casa nova veio só não as viagens nem a fórmula do crescimento.
Um dia indagado pela mãe
sobre o assunto o menino firme respondeu:
_A melhor viagem que fiz
mãe foi encontrar esse baú, a melhor aventura da minha vida.E quanto a fórmula
do crescimento,não preciso mais dela, sou um gigante, cheguei ao céu!
_E por quê filho?- rebateu orgulhosa dele.
_Porque de que outro
tamanho seria alguém que sabe amar?
Danka, muito obrigada por esta grande aventura! Gostei muito de escrever este conto com você e de, juntas, termos ajudado Pedrinho a encontrar o seu tesouro!
ResponderExcluirBeijinhos
Verdade Isa, muito feliz com esse nosso conto!
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