Este é um conto antigo porém nunca tão atual, achei em meus arquivos e que decidi dividir com vocês.
Na
esquina de um lugar qualquer às três horas da manhã ele sempre chegava com a sua
vestimenta funesta habitual: Calça, camisa, meias e sapato de fina estirpe,
todos de cor preta. Salvo somente o chapéu, inda sim com uma lista preta. Sim,
era um homem de cenho fechado, porém muito charmoso em seu jeito taciturno e
clássico. Era do tipo calado, cabeça
baixa, poucos amigos, mas tudo isso se transformava quando surgia na ponta da
outra esquina: Ela. Então o seu dilúculo tornava-se sol. O vestido rubro de
decote provocante e ao mesmo tempo comedido, dando oportunidade de fazê-lo
imaginar tudo sem saber como de fato era, o deixava ainda mais enlouquecido. A
Dama, como a intitulava, ininterruptamente o abordava da mesma forma. Vinhas em
passos delicados, quadris envolventes, perfume amadeirado, cabelos castanhos
presos num coque afrouxado, olhos verdes e absorventes, duas esmeraldas que
iluminavam a alma lúgrume do velho homem.
O
toque dela em sua pele era percorrer da mão esquerda a altura do pescoço, repousar
os lábios num leve mordiscar enquanto a sua mão apertava forte abaixo do ombro
onde jazia a tatuagem que fizera com a imagem dela caminhando naquele infinito
breu em sua direção. Aperta-la era um modo de lhe dizer entre os adágios:
_Sua imagem acaba de se materializar meu senhor.
Por outro lado, Cavalheiro, como Dama, a
apodava sem nunca saber que ele a titulava de tal modo, uma vez que jamais
trocavam nenhum vocábulo, tinha seu
jeito próprio de doma-la.Esperava aquele segundo preciso de sentir os calor de
seus lábios em seu colo para envolver suas mãos , uma pela cintura, outra que
percorria ousadamente pelas suas costas indo assentar-se em sua nuca e ali
firma-la até que encontrasse seus olhos
verdes dentro dos negros dele.
Enfim,
mais uma vez, estavam em plena sintonia.
Cavalheiro
remediava as batidas batendo contra coxa arqueada na parede onde semelhava
esperar o que não possuía, não havia esperança e ele não era do tipo que cria
que alguma coisa ainda pudesse surgir em sua vida e mudar seus conceitos ou
virar sua cabeça, muito menos que isso dimanasse de uma senhora. Isso era o que
julgava, mas uma coisa é o que se pensa, a outra é a que realmente acontece na
vida nossa de todo dia.
A
privilegiada informação que tinham um do outro é que nada sabiam além daqueles
momentos intensos que vivenciavam de modo furtivo, afoito e imortal. A paixão
entre eles saltavam entre os poros de seus corpos e por isso se consumiam de
modo abissal e ardente uma vez que desconheciam qual seriam o seu último
instante juntos.
Dama
veio com passos fortes que o seduziu desde aquele segundo, o provocou
dedilhando os dedos entres os seios deixando claro que agora sua respiração
ofegava por outra razão, gostava de provocar, faria tudo para no próximo minuto
tornar-se submissa ao seu senhor, esse era seu intento, era disto que gostava. Possuía
aquele andar de uma mulher forte, sem medos ou delicadezas e ao mesmo tempo tão
feminina. Jamais saberemos o que a fez passar naquela esquina e naquele dia e
em tal ocasião. Tudo que saberemos é que veio do lado oposto ao dele.
A
partir do momento que se amoldavam e suas almas se amordaçavam o mundo poderia
ser o próprio inferno,nada arderia mais do que a fleuma que os incineravam, era
como se os fluidos corporais de um tomasse a alma do outro no roçar da pele. Uma
vez Cavalheiro tentou arguir uma única nota, mas sua Dama pôs o dedo indicador
em seu peito e balançou a cabeça levemente enquanto mordiscava os lábios porque
sabia que isso o desarmaria ainda mais.
As
maiorias das pessoas acham que amor, paixão são sentimentos que se expressam
usando palavras ou frases do tipo:_Eu te
amo ou _Você me enlouquece! Às
vezes algumas circunstâncias te obriga sem um tom imperativo a compreender que
ler o corpo, o olhar, a face,o modo do ser que desejamos, amamos ou meramente
nos envolve da forma mais carnal pode ser o inusitado modo e o melhor de
extrair uma reação quente, árdua e delirante.
Que
homem ou mulher não quer ser compreendido por seu parceiro só num olhar ou numa
transmissão de pensamento?
Seria uma utopia ou síncope?
Não
senhores, é apenas tornar que julgamos como o impossível, tornando-se possível
através do motor que revira a alma: O Desejo.
Dama
gostava do encontro de sua língua quente e avermelhada com a de Cavalheiro, era
ali que de fato acontecia para ela, mesmo que o ato dele desafrouxar o coque de
seus cabelos e os sacolejar para que
suas mãos encontrasse o rosto dela outra vez. Dar a seu homem seus desejos mais
ocultos e ternos, era como confidenciar a Deus por todos os seus pecados, inclusive
aqueles que cometera em plena consciência.Aquele homem arrancava de sua seiva o
melhor e o pior dela. Colocava sua
língua dentro da boca dele delicadamente, era importante para a dona analisar a
reação de seu parceiro.E ao notar o quanto o seu corpo se voluteava por
ela,segurava mais firme sua nuca começar a soltar a sua imaginação e brincar
com a língua dentro da boca dele. Tentava enlouquecidamente sugar a língua dele
e fazer como sua. Impetrava que se tocassem
se completassem, se amassem como num furor de uma tempestade. Depois passava a
sua língua de breve e de forma rápida pela parte debaixo do lábio de seu Cavalheiro.
Ele por sua vez ditava as ordens com a pegada de seu corpo junto ao dela. Seus
corpos obedeciam às oscilações de suas línguas.
Cavalheiro amava passear sem nenhuma pressa pelo corpo de sua amada.
O tempo com ela definitivamente parava, apreciava o cheiro doce de sua pele, aroma
que jamais soube decifrar com outra palavra que não fosse viciante.
A
sensação de ver e sentir os pelos de seu corpo se arrepiando quando revolvia as mãos ou segurava firme o queixo
dela enquanto sua boca momentaneamente
livre ia pairar descendo seu colo até
chegar aos seus seios era a máxima da excitação para ele.Sabia que Dama chegava
ao ápice, a ansiava assim, perversa e ao mesmo tempo dominada como um pobre
cordeiro indo ao seu holocausto por vontade própria. Raspando
suas unhas em seu couro cabeludo e descendo para regaço, tentava morde o lábio inferior
dele,mas a mão firme no seu maxilava e os olhos dele eram talhantes,agora era
seu homem que ditava as regras e mais ensandecida era concebido o volição no
seu sexo. Com movimentos selvagens puxava os cabelos do seu homem,
desvencilhando de sua mão com uma módica briga de tapas onde ele a travava sem
força no ar pelo punho e com um riso de canto de boca permitia prosseguir, e agarrando-o
a calça pelo cinto, pondo-se de joelhos, era hora de rezar, todavia não pela
absorção de pecados e sim para consumação do maior deles:A luxúria.
E ia descendo o zíper da vestimenta lentamente
com os olhos nos dele.
O
ritual começara a se consumar enfim.
As posições entre eles eram ilimitadas na transa,contudo
jamais repetitivas, sem ou com dor a certeza mesmo era: Sem pudores.Como
arrancar cabelos, mordidas e dar batidinhas
e sem poupar as unhas, sem machucar,e no olhar deixavam:
_Isso
foi tão quente.
Reforçado
com um texto vigoroso:
_Você é tão bom, que eu pagaria por isso.
Mas sem proferir em nenhum segundo uma letra se quer.
Ao se despedir o ar era leve,o sol soltava seus primeiros
raios fulgentes e lindos,talvez por tê-los contemplado em oculto o deixou
extasiado.O beijo era simples porém díspar,o laço se desvencilhava no largas
dos dedos esticados,uma vez que iam em posição opostas,e antes de desaparecerem
cada um em sua esquina da vida,pararam, volviam um para outro no mesmo eixo de
seus corpos,sorriam e suspiravam.
Se mais um dia amanhecera, é porque haveria outra
noite,e isto era o bastante para que os amantes soubessem que o Destino
conspirava ao seu favor pelo menos mais uma vez.
BEIJOCAS GALERA!!
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