Já estamos aqui quinze minutos e não trocamos nenhuma
palavra.
O seu tempo é precioso? O meu também é e quero que saiba
disso.
Sabe, ficar aqui sentada não vai resolver nada, não vai
resolver a minha falta de fé na humanidade, não vai mudar o que eu pensei sobre
a minha empregada que nessa manhã que me trouxe café morno e todo mundo daquela
casa sabe que eu só tomo chá com cinco gotas de limão.
Ela achou que eu não notaria?
Sabe de outra coisa que detesto e nunca vai se resolver é
essa mania que as pessoas tem de serem pagas e ainda executam muito mal todo o
serviço. Detesto!
Essa palavra “detesto”, é diferente não acha?
Vamos falar juntos, vamos lá:
Detesto. Detesto. Detesto!
E quase o som da palavra protesto.
Eu protesto senhor excelentíssimo!
Divertido, não é?
Bom, já melhorei o meu humor então já está na minha hora, semana
que vem no mesmo horário? Ótimo.
O som do salto cortava o silêncio juntamente com o som da batida da
porta de madeira, e em seguida a sala fria voltava para a velha rotina: o
silêncio.
Essa coluna é uma criação de Roberta Del Carlo.
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