De acordo com a lenda, um boto cor-de-rosa sai
dos rios nas primeiras horas das noites de festa e com um poder especial,
transforma-se em um lindo jovem vestido com roupas brancas. Ele usa um chapéu
branco para encobrir o furo em sua cabeça.
Nas festas, com seu jeito
galanteador e falante, o boto dança, bebe,
e aproxima-se das jovens solteiras, seduzindo-as. Logo após,
consegue convencer as mulheres para um passeio no fundo do rio, local onde costuma
engravidá-las. Na manhã seguinte volta a se transformar no boto, pois o seu
encantamento só acontece à noite.
Guaraná:
Um
casal de índios desejava muito um filho. Um dia pediram a Tupã para dar a eles
uma criança. Tupã, o rei dos deuses, sabendo que o casal era cheio de bondade, atendeu o desejo trazendo a eles um menino.
O
tempo passou rapidamente e o menino cresceu bonito, generoso e bom. No entanto, Jurupari,
o deus da escuridão, sentia inveja do menino e da paz e felicidade que ele
transmitia, e decidiu ceifar aquela vida. Um dia, o menino foi coletar frutos
na floresta e Jurupari se aproveitou da ocasião se
transformou em uma serpente venenosa e mordeu o menino, matando-o
instantaneamente.
A
triste notícia se espalhou rapidamente. Neste momento, trovões ecoaram e fortes
relâmpagos caíram pela aldeia. A mãe, que chorava em desespero, entendeu que os
trovões eram uma mensagem de Tupã, dizendo que
ela deveria plantar os olhos da criança e que deles uma nova planta cresceria
dando saborosos frutos. Os
índios obedeceram aos pedidos da mãe e plantaram os olhos do menino. Neste
lugar cresceu o guaraná, cujas sementes são tão negras quanto os olhos do
menino.
Pirarucu:
O Pirarucu era um índio guerreiro que era muito
valente e muito orgulhoso, vaidoso e injusto e gostava de praticar a maldade.
Foi então que o Deus Tupã resolveu castigá-lo por todas as suas maldades e
pediu a Deusa Luruauaçu que fizesse cair uma grande tempestade e assim
aconteceu. Uma forte chuva caiu do céu sobre a floresta de Xandoré, o demônio
que odeia os homens começou a mandar raios e trovões tornando a floresta toda
eletrizada pelos fortes relâmpagos e o forte guerreiro chamado de
Pirarucu encontrava-se na hora da chuva caçando na floresta tentou fugir, mas
não conseguiu, vencido pela força do vento caiu ao chão e um raio partiu uma
árvore muito grande que caiu sobre a cabeça do jovem guerreiro, achatando-lhe
totalmente (o que originou sua cabeça chata). O jovem guerreiro teve seu corpo
desfalecido, carregado facilmente pela enxurrada para as profundezas do rio
Tocantins, mas o Deus Tupã ainda não estava satisfeito e resolveu transformar o
índio em um peixe avermelhado, grandes escamas e muito saboroso, um peixe que
seria incansavelmente caçado por todos.
Matinta Perera:
Diz a lenda, que à noite, um assobio agudo
perturba o sono das pessoas e assusta as crianças, ocasião em que o dono da
casa deve prometer tabaco ou fumo. Ao ouvir durante a noite, nas imediações da
casa, um estridente assobio, o morador diz:- Matinta, pode passar amanhã aqui
para pegar seu tabaco. No dia seguinte uma velha aparece na residência onde a
promessa foi feita, a fim de apanhar o fumo. A velha é uma pessoa do lugar que
carregaria a maldição de "virar" Matinta Perera, ou seja, à noite
transformar-se neste ser indescritível que assombra as pessoas. A Matinta
Perera pode ser de dois tipos: com asa e sem asa. A que tem asa pode
transformar-se em pássaro e voar nas cercanias do lugar onde mora. A que não
tem, anda sempre com um pássaro, considerado agourento, e identificado como
sendo "rasga-mortalha". Dizem que a Matinta, quando está para morrer,
pergunta:" Quem quer? Quem quer?" Se alguém responder "eu
quero", pensando em se tratar de alguma herança de dinheiro ou jóias,
recebe na verdade a sina de "virar" Matinta Perera.
A origem do Rio Amazonas:
Há muitos anos, existiam na selva amazônica dois noivos apaixonados que sonhavam ser um casal.
Ela vestia-se de prata e seu nome era Lua. Ele vestia-se de ouro e o seu nome
era Sol. Lua era a dona da noite e Sol era dono do dia.
Havia porém, um obstáculo para aquele namoro: se eles se
casassem o mundo se acabaria. O ardente amor de Sol queimaria a Terra toda e o
choro triste da Lua toda a terra afogaria.
Apesar de apaixonados,
como poderiam se casar? A Lua apagaria o fogo? O Sol faria toda a água
evaporar? Assim, eles se separaram.
Eles nunca puderam se casar. Os noivos ficaram desesperados, a
Lua de prata e o Sol de ouro.
No desespero da saudade,
a Lua chorou durante todo um dia e toda uma noite. Suas lágrimas escorreram por
morros sem fim até chegar ao mar. Mas o mar, com tanta água embraveceu-se, ele
não queria aceitar tanta água.
A sofrida Lua não conseguia misturar suas lágrimas às águas
bravas do mar. Algo estranho aconteceu. As águas escavaram um imenso vale,
serras se levantaram. Um imenso rio apareceu. E assim as lágrimas da Lua
formaram o rio Amazonas, o rio-mar da Amazônia.
Vitória-Régia:
Conta a lenda que uma índia chamada Naiá, ao
contemplar a lua (Jaci) que brilhava no céu apaixona-se por ela. Segundo
contava os indígenas, Jaci descia a terra para buscar alguma virgem e
transformá-la em estrela do céu. Naiá ao ouvir essa lenda, sempre sonhava em um
dia virar estrela ao lado de Jaci. Assim todos as noites, Naiá saia de casa
para contemplar a lua e aguardar o momento da lua descer no horizonte e sair
correndo para tentar alcançar a lua. Todas as noites Naiá repetia essa busca,
até que uma noite Naiá, decide mais uma vez tentar alcançar a lua, nessa noite
Naiá vê o reflexo da lua nas águas do igarapé e sem exitar mergulha na
tentativa de tocá-lo e acaba afogando-se. Jaci se sensibiliza com o esforço de
Naiá e a transforma na grande flor do Amazonas, a Vitória Régia, que só abre suas
pétalas ao luar.
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