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O Poeta Nuno Judice nos desvenda que “o tempo tem um ventre
redondo como o da mulher que espera a criança; e rola nas grandes manchas da
noite, onde uma luz insone o contamina com seu brilho.”
Fico espiando, espiando...
Ao vê-lo rolar
Pergunto-me
Qual será o tempo, o tempo de duração da minha gestação?
Será na fração
de um olhar acolhedor?
de um abraço laço?
de um beijo mágico?
Ou de um sorriso maroto?
Rompo as indagações e
e que a tal luz
Se faça luz em mim
Se desprenda
E siga a rolar.
Claudiane Ferreira
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