Nas últimas semanas, a garota chinesa Hao Dongdong, de 15 anos, ficou conhecida no noticiário de seu país por usar uma máscara de vaca e pedir esmolas nas ruas da cidade de Hefei. A história dela foi revelada pelo site do jornal local “People’s Daily”.
O motivo de Dongdong passar por essa situação constrangedora todos os dias é o seu pai, Hao Xinli, que sofreu um acidente de carro e ficou paralítico no ano passado. O custo do tratamento dele hoje é de 5.000 yuans mensais (cerca de R$ 3250).
Desta forma, há três meses a garota levanta todos os dias para pedir esmolas na rua, a não ser quando está chovendo. Ela não conta sequer com a ajuda da mãe, que neste mesmo período abandonou a família sem dar notícias.
“Meu irmão e irmã vão à escola e, como não tenho uma carteira de identidade para trabalhar, eu preciso pedir esmolas”, conta ela, que precisou também deixar os estudos. “Eu finjo ser uma vaca e deixo as pessoas montarem em mim.”
Por dia, ela consegue acumular de 200 a 300 yuans, algo em torno de R$ 120 a R$ 200. Em função do estado de saúde do pai, a família tem uma dívida de 10.000 yuans (aproximadamente R$ 6.500).
Além de passar por essa situação humilhante diariamente, a chinesa ainda precisa lidar com as atitudes hostis dos comerciantes por onde passa. Muitos não acreditam em sua história, a maltratam e a chamam de fraude – alguns chegaram a agredi-la, inclusive. O cenário é tão crítico que ela já precisou levar o seu enfermo pai junto consigo para que não duvidassem dela.
Ainda este ano, um homem ficou conhecido na China por usar uma máscara de cavalo para pedir esmola para tratar a leucemia de seu filho, e assim conseguiu juntar fundos após uma série de doações. “Eu fiquei sabendo do pai com a máscara de cavalo. Isso de usar uma máscara de cavalo ou de vaca é só para conseguir a atenção das pessoas”, acrescenta a garota, inspirada pela história.
“Se for para ajudar meu pai a se curar e minha família a se alimentar, eu não ligo para o que as pessoas dizem”, finaliza a menina. O enfermo pai, por sua vez, completa falando à reportagem com um pedido, o mesmo que sua filha faz todos os dias na sarjeta: “Eu espero que pessoas de bom coração ajudem nossa família. Quero que minha criança volte a estudar.”
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