Arte: Jocelyne Dubois |
Anoitecer
Sobre as mentes, desce o véu terno que virá adormecer o dia e despertar o pensamento. Lançado como um lençol que a uma cama se acomoda, esconde a luz, companheira desde a madrugada.
Uma cortina corrida nas argolas do pensar, gela a consciência, apaga o alento. É a noite. Encobre a vida e nada mais existe, nada mais se avista. E na escuridão, aparece então o que parecia impossível: o reflexo da luz no astro morto que ilumina ainda os pedaços do pulsar nos minúsculos seres que deixar-se-ão avassalar pela beleza desconhecida.
E no silêncio, o coração pode enfim sentir… e viver. Nada iguala a solidão de uma noite de verão.
Dulce Morais
Dulce,quanta riqueza contém essa prosa poética. Essa é a horinha propícia para alimentarmos a centelha Divina que habita em nós e nos liga a todas as coisas.
ResponderExcluir"E no silêncio, o coração pode enfim sentir… e viver"
O que falta a maioria dos ocidentais é sentir mais as coisas que não são palpáveis.
Beijos.
“Plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.”
William Shakespeare
Plantemos, então, Clau! :)
ResponderExcluirMuito obrigada!
Bjos!