A
OSTENTAÇÃO DO “TER” E A DEGRADAÇÃO DO ”SER”
Faz tempo que
não paro para escrever esse tipo de artigo como de hoje. Por inúmeros motivos,
razões e afins, mas tem hora que nos deparamos com certas coisas que mexem no
âmago nos nossos princípios, do nosso costume , daquilo que nossos pais nos
ensinaram e que levamos uma vida para construir e a gente necessita, precisa,
carece se posicionar de defender naquilo que cremos. Em primeiro lugar quero
deixar claro a máxima: ”Gosto não se discuti.”
Então quem gosta, acha o Supermega legal, ok, quanto a mim falarei o que penso,
o respeitar precisa existir para haver o respeito. Tenho acompanhado movimentos
musicais como “Funk Ostentação” e ontem vendo uma reportagem me deparo com o “Forró
Ostentação”, confesso que enquanto ia vendo a matéria ia me indignando como
pessoa de um jeito que há muito não acontecia. Na matéria, os músicos
argumentavam que a razão pela qual suas canções possuem letras que enaltecem
TER o melhor carro, a melhor bebida, roupas de marca, casas luxuosas e etc., é
porque quer desejam que seus ouvintes se despertem para TER as melhores coisas
da vida, que todo mundo quer TER o que tem de bom, o que é de qualidade e que
suas letras despertam a ideia do não desistir de seus sonhos. Então comecei a
refletir mesmo não crendo no que via: ‘
Como assim TER tornou-se melhor que SER?”
Sou de uma
geração onde os versos exaltavam a consciência política, social, onde o SER era
infinitamente maior do que o TER, aliás, o TER
não era se quer lembrado. Creio piamente que não sou a única pessoa que
valorizam o SER. A importância de
SER educado!
SER trabalhador!
SER honesto!
SER generoso!
SER humilde!
SER humano!
Onde ressaltar numa letra de música para que
alguém não desista de seus sonhos cabia no verso:
“Quando
não houver saída
Quando
não houver mais solução
Ainda
há de haver saída
Nenhuma
ideia vale uma vida
Quando
não houver esperança
Quando
não restar nem ilusão
Ainda
há de haver esperança
Em
cada um de nós, algo de uma criança.”
E o valor dos sentimentos jazia em:
“ É preciso amar as pessoas como se não
houvesse amanhã. Porquê se você parar para pensar, na verdade não há.”
Não sou obrigada, nem posso permitir que minhas sobrinhas,
alunos, sejam intoxicadas com essas letras tão cheias de palavras torpes que de
verdade só enchem mesmo o bolso de quem as produz e cantam. E que na dura
realidade só, e tão somente esvaziam as mentes dessa geração que já carrega tão
pouca consciência moral, política, social.
É claro que
não vivo numa utopia socialista, seria hipocrisia da minha parte. É óbvio que
as pessoas lutam para ter o melhor, desfrutar e poder dar aos seus familiares o
mesmo. Mas a questão é:
SER humano ou TER humanos a sua volta em virtude do que
você tem?
Eu creio que
a Sociedade precisa desesperadamente parar e agir sobre alguns valores, para que
nós não percamos ainda mais do muito que já perdemos por essas distorções
morais implícitas nessas ideias das “modinhas” musicais que sempre esbarram na
frase: “ Ah, mas não tem nada haver?”
Talvez já passou da hora de rever e agir sobre
nossos princípios.
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