Na época dos meus pais tudo era tão diferente! Os casais saíam para passear, para bater papo nos bancos da pracinha, correr pelos parques, pela encosta dos rios e até nas cachoeiras. À tardinha embalados pelo canto dos pássaros e o último suspiro de por do sol, entoavam lindas e emocionadas frases de amor, de namoro, de casamento. Outros, já preferiam o abraço confortável de seus filhos, suas famílias e até dos amigos.
E pensar que hoje as coisas realmente mudaram. Os casais já não conversam mais como antigamente. Não há mais a beleza secular que respaldava a época dos meus pais. Atualmente, para conquistar a pessoa amada é preciso de muito mais que afagos, frases perfeitas, sussurros no ouvido e vozes sinceras. Tudo isso, única e exclusivamente, porque tiveram que dividir suas parceiras com outro galanteador. Este não é humano, é surreal. Ele vence todas, sempre.
Ele carrega consigo a beleza da modernidade. O seu brilho é encantador, suas palavras são perfeitas e melodiosas. Ele hipnotiza toda e qualquer mulher desavisada. Portanto, homens, há muito a temer e a fazer para tirarmos esse “cara” do nosso caminho. Trago-lhes essa questão à pauta porque presenciei um fato bastante comum e que me tirou o sono.
Era sexta-feira, a noite estava linda. As pessoas se movimentavam na cidade, indo e voltando para lugares diversos. A minha esposa e eu preferimos ir a um restaurante. Lá sentamos, olhamos o cardápio e fizemos o nosso pedido. Enquanto isso, à mesa ao lado, um casal dividia entre o jantar, já servido, um bate-papo entre garfadas, tecladas e tentativas sem êxito de um marido solitário.
Assistindo à cena, assim tão de perto, fiquei constrangido. Então, olho para a minha esposa e pergunto:
- Você percebeu que a senhora, ao lado, não tira os olhos do aparelho celular, enquanto seu esposo fala sozinho?
A minha esposa nem um pouco satisfeita, diz:
- Querido, perderam-se os valores. Hoje, para não se deixar contrariar é preciso dividir o encontro a três.
Em meio a uma garfada e outra, permanecemos no recinto por cerca de uma hora e meia e a situação não mudara até sairmos. Sentimos-nos violentados, ao presenciar tal cena, que nos fizera refletir sobre a vida que as pessoas estão levando e o que elas pretendem com atitudes tão egoístas.
Por isso, caro leitor e leitora, pergunto:
Vocês já presenciaram algum fato em que o celular se fazia constante e até mais importante do que as pessoas presentes? Caso a sua resposta seja sim, por favor, deixe logo abaixo o seu comentário e divida conosco as artimanhas desse “cara”, belo e encantador, para que possamos tomar atitudes reparadoras. Mesmo porque ninguém merece um encontro a três e muito menos ter como rival um “cara” cujo nome é “aparelho celular”.
Obs: por favor, deixem o seu comentário no link abaixo:
http://blognovaalexandria.blogspot.com.br/2014/05/coluna-o-insano-de-cada-dia-encontro.html
Marcos Amaro é formado em Letras com pós-graduação em Língua Inglesa pela Unesp. Professor de Língua Inglesa e Produção de Textos do colégio Sérgio Buarque de Holanda, na Zona Sul de São Paulo, desenvolve projeto de leitura em ambas disciplinas com os alunos das séries finais do Ensino Fundamental. Escreve todas as segundas-feiras no blog da editora Nova Alexandria a coluna O insano de cada dia. Excepcionalmente, também hoje sua crônica vai ao ar.
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