Ele a olhou sobressaltado quando viu que mais seres,
dessa vez gigantes com enormes mãos e pés colossais mais brunos que a própria
escuridão brotou daquele solo seco e como um exército forte e gigantesco marchavam
em direção aos dois.
_Liz!- Gritou Kadu assombrado, o renomado Físico
formado numa das Universidades mais importantes do mundo. Por mais que seus
olhos visse aquele cenário bélico e surreal, os pelos de seu corpo arrepiassem
incessantemente dos pés a nuca, era muito complexo crer, ou melhor, saber como
lidar com uma conjuntura tão peculiar e dramática.Não importava mais onde encontravam-se
o fato era claro como o sol num dia lindo que há muitos não viam.
Estavam em meio a uma guerra.
Estavam em meio a uma guerra.
Liz por sua vez parecia conhecer a fundo tudo aquilo
que ali se passava, desde que chegaram naquelas terras ela jamais evidenciou
que não compreendesse toda aquela atmosfera e aquela batalha embora deixasse
sim,um certo receio em sua carne ,a tal conjuntura era uma velha conhecida de seu espírito.Enquanto
Kadu desesperadamente apetecia no olhar por uma resposta clara e mesmo de ordem
por parte da moça baixinha e franzina de longos cabelos castanhos e densos
olhos verdes, Liz somente fechou os olhos e por um momento balbuciou algo que o
jovem não pode compreender:
_Liz! Liz! - Foi quando outra flecha banhada de uma substância
fétida e abrasada semelhante aos demais raspou pela cabeça dela. Apavorado o
Físico recuou alguns passos e seu maior intento era alcançar o que a moça fazia
diante daquele panorama de morte eminente.De repente mais e mais flechas lançadas por aqueles
seres advinham por toda parte de toda sorte de tamanho cada vez mais ofensiva e
certeira, Kadu refugiou-se no que semelhava um pedra que podia jurar que
minutos atrás não jazia ali, não conseguia pensar, lembrara do que Tomé lhe
disse que tentasse suas soluções para conseguir sobreviver naquela terra até a
hora que o relógio da colina batesse as dezenove vezes e então a sua arma mais
forte se manifestaria. Ponderava,ponderava...Mas a tal arma não surgia naquele
Q.I de 140 como se fosse uma senhorita tímida obstinada em não se aparecer.
E foi nesse segundo que ao lançar seu olhar atormentado
de volta a sua companheira de jornada, Liz, algo o deixou surpreso. O que
parecia uma bolha envolta de uma atmosfera mais viva, que o próprio que é
incolor formou-se em volta dela como uma cobertura. Torrencialmente flechas e
mais dardos caiam sobre a jovem, porém nenhum adentrava na posição que
permanecia, de joelhos, cabeça curvada, olhos fechados e os lábios que
continuavam obstinados a proferir palavras incompreensíveis e nesse instante
uma certeza invadiu o peito do rapaz com uma força abissal, como se o revide o
viera em mãos numa entrega que se espera do ser amado num dia ensolarado e
cheio de esperança. Célere, ergueu-se e ora se esquivando, ora se jogando ao
chão literalmente correu em direção onde Liz jazia, entretanto ao tentar entrar
Kadu não conseguiu ultrapassar aquela barreira que embora de aparência delicada
, na verdade tratava-se de uma fortaleza aque não podia ser destruída e neste instante Liz
despertou daquela ligação e viu o seu desespero:
_Kadu! - Jogando para perto dela, porém por dentro
da proteção.
_Liz me ajude! Não consigo entrar!- Cada vez mais o
exército brotava aos milhares do solo e toneladas de flechas e dardos se
aproximavam com veemência.
_Kadu me escute!- Rogava a moça buscando um segundo
de atenção naquele momento tão negro em suas vidas.
_Vou morrer Liz! Vou morrer! Deixe-me
entrar!-Berrava cada vez mais aterrorizado.
_Não sou eu quem decide isso Kadu, me escute.
_Como não é você?
_É você quem decide Kadu.Lembre-se do que Tomé lhe
falou, quando as dezenove badaladas se completassem deveria usar sua arma mais
poderosa!
_E acha que já não tentei?- jogando do outro lado da
bolha fugindo das setas de terror._ Não
há nada que minha inteligência possa fazer para nos tirar dessa situação Liz!
Nada que meu Diploma ou Doutorado possa fazer!
E de repende aquele olhar doce da moça parou em meio
a tudo e serenamente pondo a mão na palma da dele inda que do lado de fora o
rebateu:
_Então,talvez seja a hora de reaver qual é a sua
verdadeira maior arma não acha?
Os olhos dele
petrificaram. Em sua consciência tão fria e científica uma voz maior todavia não desconhecida soprou
lá dentro, numa divisão onde só a alma e espírito distinguem ,onde nem mesmos
nós conhecemos o caminho mas, reconhecemos sempre que ouvimos sussurrou em
segredo e atônito o Físico repetiu:
_Fé!
Liz sorriu rapidamente e quando viu que dessa vez
algo mais poderoso seria deflagrado contra eles e era óbvio que o afetaria em
cheio pois ele era quem estava fora da cobertura, gritou em tom de ordem:
_Creia, somente creia e entre...AGORA!
Algo havia mudado dentro dele,apesar de não saber o
que era, como tinha aportado nele,no entanto estava ali.E sem pestanejar, tomou
fôlego e quando a arma mais poderosa tinha sido deflagrada com força total ,o
moço se lançou e no mesmo milésimo de segundo que o estouro se deu no lugar
onde ele se encontrava a cobertura se abriu e mesmo com leve escoriações pelo
corpo, Liz o abraçou com carinho e lágrimas
de orgulho correu dos olhos dela e uma de alívio dos dele.
Ofegantes se uniram ali,de repente a capelo pareceu
não aguentar mais, semelhava ceder.
_Não duvide Kadu! Não duvide por um só segundo!
_Não duvido,não duvido!
Mesmo assim a cobertura se foi, agora estavam a
ermo, como um prato principal para todos aquelas criaturas tão selvagens e
cruéis.
Liz o abraçou admoestando-o:
_Não tema! Não tema de modo algum!
_Liz...
_Não tema! Somente creia Kadu.
Rapidamente, ela voltou a antiga posição, joelhos no
solo, cabeça curvada, olhos marejados e as tais palavras que o jovem não
entendia de modo algum.
Ao seu lado, assustado, amedrontado o moço não sabia
o que pensar, consigo falava o tempo inteiro:
_Não faça isso, eu creio! Eu creio! Proteja-nos! Por
favor, se não por mim por ela, mas não nos desampare!
Um estrondo, um terremoto fez o a poeira do chão
quicar como se fossem pérolas de um colar raro ao encontrar o piso de madeira.Ambos
rolaram com o forte impacto, fendas foram se abrindo no solo, cada vez maiores
,era praticamente impossível ficar de pé. No céu uma luz mais forte que o sol
riscou de um lado ao outro e Kadu segredou:
_Meu Deus!- Como quem quisesse entender tudo aquilo,por
desespero, contudo Liz ergueu-se como uma guerreira se equilibrando e abrindo
um largo sorriso afirmou categoricamente:
_Sim. É Ele mesmo!- E a seguir entrou num de seus
estranhos momentos que Kadu vira durante aquele percurso sem nada alcançar, os
mesmos que também presenciara na Igreja quando ia só para estar com ela e
julgava nada mais que um transe coletivo por indução emocional.Todavia eram
nesses instantes em que uma Energia maior parecia não tomar conta dela , e sim
visita-la,onde as tais línguas estranhas despontavam, onde Liz semelhava bailar
num ritmo todo próprio o moço viu que sobre ela jazia dessa vez uma brilho incandescente
e notas musicais materializadas como penas, mas com o brilho do ouro e iam
pairando sobre a sua cabeça até atravessar toda extensão do seu corpo.E um Ser
jazia ao lado dela, seu rosto era alvo,túnicas também, e o olhar, era o mesmo
olhar que o contemplou em meio a pequena multidão quando discutiu com ela
naquele dia da praça onde a moça falava sobre a Palavra de Deus.
_Quem é você? - seus lábios indagaram tremeluzindo e
não havia empenhas em suas pernas para se levantar e ir em direção a Ele.
_Eu Sou Quem Sou.
Kadu não soube o que dizer, mas o Homem continuou:
_A Pergunta Carlos Eduardo é: Quem você pensa que é?
_A Pergunta Carlos Eduardo é: Quem você pensa que é?
E como se visse obrigado a respondê-lo embora em
momento algum Ele tenha ordenado falou:
_Eu sou aquele que crê em Você.Seja Quem for, ou que Nome Tiver.
_Eu sou aquele que crê em Você.Seja Quem for, ou que Nome Tiver.
_Levante-se.- e de repente o físico pôde e caminhou
até Ele.
_Pensei que gostasse das pessoas de joelhos.-
afirmou.
_Não, os joelhos são para que a sua carne de lugar
ao seu espírito e assim possa se aproximar de mim.Seu filho,Joaquim,fica de
joelhos diante de ti?
Sacudiu a cabeça negando.
_Somos iguais.Meus filhos não precisam ficar de
joelhos perante mim,lugar de filho Carlos Eduardo é aqui._ Mostrando a palma de
sua mão, o que fez o moço compreender o
tamanho da dedicação que Ele tinha pelo seus,pois na palma da mão reguardamos
aquilo que nos semelha de mais frágil,que carece de mais zelo,trato, proteção e
cuidados e completou:
_Aqueles que amamos sempre estão amparados nas
palmas de nossas mãos.
Lá fora a guerra continuava, porém, dessa vez o
forte exército encontrou outros oponente a mesma altura.
Eram as
Hostes Celestiais de Jeová.
A batalha entre anjos e demônios enfim estava a céu
aberto e diante de dois pares de olhos humanos. Liz o fitou e Ele acariciou seu
rosto proferindo:
_Você foi maravilhosa Liz.Continue assim filha.
_Você foi maravilhosa Liz.Continue assim filha.
Ela limpando as lágrimas, foi abraçada pelo Ser, que
com muito amor a envolvia como se acalmasse e resolvesse todos os seus dilemas,
e depois que a deixou lhe ordenou:
Kadu a apanhou pela mão e tentou falar algo a Ele
que compreendendo como aquilo tudo era muito complicado para o moço Doutor em
Física somente rebateu:
_Eu te compreendo Carlos Eduardo, não se absorva. -
E outra vez colocou seu dedo sobre a palma da outra mão._ È um novo recomeço
para nós dois. Veremos-nos muito mais daqui por diante. Não te preocupa, vai!
Subiram correndo a Colina do relógio, as pedras
rolavam por causa dos respingos da batalha. Vez por outra raios e flechas se
chocavam no ar impedindo que os atingisse. Quando abordaram as portas da
colina, Kadu e Liz se entreolharam e também a tudo aquilo e o jovem confessou:
_Agora eu entendo. - E de repente como num raio eles
se depararam em meio ao templo onde aquele culto começara, onde um homem de
Deus colocara as mãos sobre a cabeça de cada um e juntos foram ao chão. Onde na
terra dos viventes estiveram por cerca de sete minutos arrebatados, ao chão, mas
no plano espiritual estiveram por longas sete horas onde depois de muitos questionamentos,
obstáculos e aquela grande batalha o Físico Carlos Eduardo compreendeu que existem
muito mais mistérios entre o Céu e a Terra do que possa supor a nossa vã filosofia como disse Shekespeare.
E se aprontou como guerreiro de Deus, pois dali a dois dias outra vez o culto começaria as Dezenove horas e certamente outra guerra como aquela seria travado entre os planos espirituais.
E se aprontou como guerreiro de Deus, pois dali a dois dias outra vez o culto começaria as Dezenove horas e certamente outra guerra como aquela seria travado entre os planos espirituais.
Ana Carla
ResponderExcluirSensacional!