
Na
calçada de uma movimentada avenida ,de
uma metrópole qualquer desse país continental chamado Brasil, jaze Leopoldo ou
como sempre conhecido ali, Lupa.
Vivia
nas ruas desde 1981, esquecera-se da data de nascimento, aparentava pertencer
há uns bons cinquenta e poucos anos. Talvez acabado devido a exposição contínua
ao sol, as chuvas e as mazelas que só a rua pode presentear aos que nela que só a rua pode presentear aos que nela se
atrevem a não vier e sim sobreviver como guerreiros desgarrados não do seu mas
pelo seu rebanho.Lupa comia quando podia,o que ocorria quando o pessoal da sopa
passava por ali nas madrugadas de terças e quintas,O vício no cigarro, drogas e
álcool era um modo de se manter vivo seja no mundo dos vivos ou no da utopia.O
fazia lembrar das festas extravagantes que a vida como bom vivã que se deleitava na herança deixada pelo
pai construído em décadas de trabalho
duro porém que Leopoldo devastara ferozmente em dois anos e nenhum dia a mais.
A
vida de quem sempre teve tudo tornar-se na de quem nada, tem é um percurso contrário
muito doloroso e muito constrangedor e fora isso que o fez assumir aquela vida
nas calçadas da vida ,onde atrás da vasta barba e fétida e do boné desbotada e
maltrapilho o escondia de qualquer pessoa ou fato do seu suntuoso passado.
Naquela
mesma calçada, diariamente passava Mauro, advogado bem sucedido, filho de uma
doméstica e um jardineiro que passara mais de vinte anos servindo a uma família
que se disseminou quando o filho torrou todo legado em menos de dois anos. Com
muitas dificuldades o casal conseguiu dar ao único filho um destino um pouco melhor.
Entretanto, o Doutor Mauro deixou que isto subisse a cabeça, ao ponto de esquecer-se
dos genitores, casar-se com a modelo da vez e cuspir toda vez que via o Lupa na
calçada e sempre mencionar:
_Morador
de rua? Ralé, é tudo bicho de pé!
Mauro
jamais reconheceu Leopoldo tampouco o mesmo a ele. Eram pontas extremas da
mesma sociedade que prega a inclusão social,todavia fecha os olhos para os
expoentes que a vida pode dar.
Mauro
e Lupa jamais saberão quem foi ou quem são, peões de um mesmo tabuleiro, sem
herdeiros, sem lições, mas com a mesma pergunta que fica cá povoando a cabeça
da gente ao ler vertentes escritas como essa:
_O
que a gente aprende quando lê coisas desse tipo e sem nada poder fazer?
Magda-RN
ResponderExcluirAdorei Danka, li seu livro Blanka O destino a marcou pelo sangue. Amei! Vou Ler todos!
Sou sua fã!
Beijocas!